Implantação de Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura é discutida no MPF — Procuradoria da República em Alagoas

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Direitos do Cidadão

6 de Maio de 2024 às 15h19

Implantação de Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura é discutida no MPF

Apesar de lei que o criou em Alagoas, há 15 anos, instituto não possui cargos e por isso não está em funcionamento

Registro da reunião com os membros do Comitê Estadual, em reunião no MPF


Membros do Comitê Estadual em reunião no MPF

Na manhã desta quinta-feira, representantes dos Ministérios Públicos Federal (MPF) e do Estado de Alagoas (MPAL), das Defensorias Públicas da União (DPU) e do Estado (DPE) e da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL), além do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura reuniram-se para discutir a demora em 15 anos na efetiva implementação do Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura (MEPCT) no estado.

A reunião, a pedido do advogado Roberto Moura, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, foi conduzida pelo procurador regional dos direitos do cidadão em Alagoas Bruno Lamenha, e contou com a participação do defensor regional dos direitos humanos Diego Alves, da promotora de Justiça Karla Padilha, do defensor estadual Arthur Loureiro, todos membros do Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura. Além de Rogério Guedes, do Mecanismo Nacional.

Durante o encontro, foram destacadas as falhas na implementação do Mecanismo Estadual, apesar da existência da Lei Estadual n. 7.141/2009, que o instituiu. Um dos principais pontos discutidos foi a falta de criação dos cargos de perito necessários para o funcionamento efetivo do mecanismo. Apesar das gestões realizadas junto ao Governo do Estado, o projeto de lei para criação dos cargos não avançou, gerando a necessidade de buscar alternativas.

Diante desse cenário, foi debatida a possibilidade de judicialização da questão, seguindo exemplos de outros estados que enfrentaram desafios semelhantes. Além disso, ressaltou-se a importância de garantir condições de trabalho adequadas e orçamento suficiente para o Mecanismo Estadual, conforme recomendações do Conselho Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (CNPCT).

Ao final da reunião, ficou definido que o Governo do Estado será instado a promover o envio do projeto de lei para criação dos cargos necessários ao Mecanismo de Combate à Tortura em Alagoas, assim como outras modificações legislativas necessárias.

As instituições envolvidas estão unidas na busca por soluções que garantam a efetiva implementação do Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura em Alagoas.

Pioneirismo – O Estado de Alagoas foi um dos primeiros a criar o Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura, no entanto, 15 anos após sua criação ainda não entrou em funcionamento.

O Brasil é signatário de convenções e protocolos internacionais que o obrigam a manter órgãos responsáveis pela prevenção à tortura, sob risco de sanções. Essas normas internacionais, quando incorporadas à legislação brasileira, têm status de norma constitucional.

Se quando a lei foi instituída bastava a criação de três cargos de perito, hoje, com o aumento da população carcerária, são necessários pelo menos seis peritos, cuja nomeação é de responsabilidade do governador, mas mediante escolha dos membros do comitê estadual.

Esses peritos, com dedicação exclusiva e capacidade técnica, terão a função de fiscalizar e acompanhar a situação em unidades prisionais do estado, denunciando irregularidades e buscando soluções e alternativas a práticas consideradas abusivas contra qualquer pessoa custodiada, especialmente adolescentes.

O procurador da República Bruno Lamenha avaliou que “Alagoas, que foi pioneiro na edição da Lei Estadual n. 7.141/09, espera há 15 anos a implementação do Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura. Essa situação insustentável é o que está unindo o sistema de justiça alagoano para implementar esse importante órgão de fiscalização do respeito aos direitos humanos nos espaços de privação de liberdade”.

Atuação coordenada – O MPF, por meio da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), está coordenando uma ação nacional para incentivar a implantação de Comitês e Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura em todos os estados brasileiros, em conformidade com as convenções e protocolos internacionais vigentes no ordenamento jurídico brasileiro.

Assessoria de Comunicação Social

Procuradoria da República em Alagoas

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Fonte MPF