STJ recebe nova denúncia contra desembargadora — Procuradoria-Geral da República

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Criminal

19 de Fevereiro de 2025 às 16h11

Operação Faroeste: STJ recebe nova denúncia contra desembargadora

Magistrada e outras três pessoas teriam participado de esquema de venda de decisões judiciais envolvendo grilagem de terras na Bahia

Foto usa reflexo de um dos prédios da PGR para mostrar os blocos A e B (os blocos principais). A foto também mostra um ipê amarelo.


Foto: Leonardo Prado/MPF

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu, nesta quarta-feira (19), mais uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra quatro pessoas investigadas na Operação Faroeste. Deflagrada em 2019, a operação apura esquema de venda de decisões judiciais do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) relacionadas a disputas de terras na região oeste do estado. As investigações, até o momento, apontam envolvimento de desembargadores, juízes, advogados e produtores rurais.

Com a decisão unânime, a desembargadora, dois filhos, além do advogado e ex-assessor passam a responder por suposta participação na organização criminosa voltada à prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A magistrada e um dos filhos também são acusados de dificultar as investigações.

Em novembro de 2024, a desembargadora foi aposentada compulsoriamente, por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em processo administrativo disciplinar. Ainda cabe recurso da decisão.

Manifestação do MPF – Na sessão de julgamento, o vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, ressaltou que as provas são suficientes para atestar a participação dos réus no esquema criminoso. Entre as documentações, citou a quebra de sigilo bancário e fiscal, relatórios de inteligência financeira e reiterados contatos telefônicos entre assessores da desembargadora e os advogados das pessoas beneficiadas pelas decisões judiciais. “Todos os fatos relatados na denúncia estão, em seu contexto geral, suficientemente comprovados pela soma das provas produzidas”, frisou.

O vice-procurador-geral da República acrescentou ainda que tais provas são reforçadas pelas informações obtidas no acordo de colaboração premiada firmado entre o MPF e um dos réus, o advogado e ex-assessor. Em um dos depoimentos, ele teria afirmado que recebeu R$ 400 mil para intermediar um dos julgamentos. O relator do caso, ministro Og Fernandes, reiterou que as provas apresentadas pelo MPF, incluindo ainda gravações ambientais, confirmam as declarações do colaborador e indicam as práticas dos crimes.

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Fonte MPF