Sala de Atendimento ao Cidadão do MPF no RS destina vaga para pessoas trans — Procuradoria da República no Rio Grande do Sul

Orgulho LGBTQIA+: Sala de Atendimento ao Cidadão do MPF no RS destina vaga para pessoas trans

Pela segunda vez, uma mulher trans ocupa o posto de auxiliar administrativo para atender ao público e desenvolver projetos na PR/RS

No Dia do Orgulho LGBTQIA+, a Procuradoria da República do Rio Grande do Sul (PR/RS) tem uma boa prática para compartilhar com o Ministério Público Federal (MPF) e outras instituições. A Sala de Atendimento ao Cidadão (SAC) da unidade destina sua vaga de terceirização exclusivamente para pessoas trans. É a vaga “diversidade”. E, neste 28 de junho, Victória Maia Neves da Silva passa a ocupar o posto e auxiliar a equipe de servidores no atendimento ao público e no desenvolvimento de projetos que ajudem a diminuir preconceitos e diferenças no MPF.

“Ser mulher já nos torna suscetíveis a várias formas de violência de gênero”, diz Victória, para quem ser uma mulher trans implica, antes de tudo, lutar para ser reconhecida até mesmo como ser humano. “Apesar de as conquistas da comunidade LGBTQIA+ terem avançado nos últimos anos, nós, mulheres trans e travestis, ainda seguimos em passos lentos para conseguir nos inserir nos mais diversos espaços da sociedade que não estejam vinculados ao trabalho sexual. Mas, aos poucos, estamos ocupando novos lugares como educadoras, deputadas, médicas, advogadas, entre outros trabalhos formais”, pontua.

Diversidade – Segundo a chefe da Sala de Atendimento ao Cidadão e responsável pela iniciativa, Lisane Berlato, a vaga possibilita a empregabilidade de pessoas marginalizadas no mercado de trabalho e, ainda, promove a sensibilização da instituição para a diversidade. “Esperamos que nossa iniciativa sirva de exemplo a todas as unidades do MPF”, afirma.

No ano passado, explica a servidora, com base na experiência da primeira trabalhadora trans a ocupar a vaga de diversidade da SAC, o Comitê de Gênero e Raça da PR/RS implementou banheiros destinados a todas as pessoas. “Também orientamos seguranças e recepcionistas para o acolhimento à diversidade e ao atendimento humanizado no órgão”, conta.