Projeto MPF na Comunidade ouve demandas de cidadãos em regiões afastadas ao sul do Amapá — Procuradoria da República no Amapá

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Direitos do Cidadão e Meio Ambiente

19 de Agosto de 2025 às 15h40

Projeto MPF na Comunidade ouve demandas de cidadãos em regiões afastadas ao sul do Amapá

Membros do MPF e da DPU percorreram trajetos em estrada de terra e de catraia até as localidades

Foto mostra dezenas de pessoas, entre homens e mulheres, em ambiente de sala fechada, sentadas em cadeiras brancas de plástico, dispostas em formato de auditório; à frente, há dois homens e uma mulher sentados de frente para os demais, à frente de um banner com a inscrição "MPF na Comunidade - Escuta pública". Entre o público, há um homem de pé com um microfone na mão


Fotos: Ludimila Miranda/Comunicação MPF

Moradores de Água Branca do Cajari, Laranjal do Jari, São Francisco do Iratapuru e Vitória do Jari, no sul do Amapá, receberam o projeto MPF na Comunidade, na última quinta (14) e sexta-feira (15). Cerca de 150 pessoas foram ouvidas em escutas públicas promovidas pelo Ministério Público Federal (MPF). Os procuradores da República João Pedro Becker Santos e Aloizio Brasil Biguelini, acompanhados da defensora pública federal Cíntia Chaparro Rocha de Carvalho e de assessores e policiais do Ministério Público da União, vivenciaram a experiência de percorrer longos trajetos terrestres e fluviais para conhecer de perto a realidade das comunidades.

Escuta pública do MPF na Comunidade na sede da Astex-CAEm cada escuta, os membros do MPF e a representante da Defensoria Pública da União (DPU) explicaram o papel das duas instituições e ouviram as demandas relacionadas a direitos coletivos nas comunidades. Sentados próximos uns dos outros, membros e cidadãos dialogaram a respeito das principais demandas da coletividade e trataram dos direitos que lhes cabem.

O tema com o maior número de queixas, em todas as localidades, foi energia elétrica. Algumas regiões ainda não contam com o serviço 24 horas por dia. Outras reclamações estão relacionadas à segurança pública, à falta de saneamento básico – que provoca doenças como tifo –, a deficiências na saúde pública e na educação e à ausência de controle de zoonoses e da população de cães no Vale do Jari.

Encontros e diligências – Em Água Branca do Cajari, na manhã de 14 de agosto, a escuta ocorreu na sede da Associação dos Trabalhadores da Reserva Extrativista do Rio Cajari (Astex-CA). Antes da presença do MPF, a comunidade se reuniu para discutir e selecionar as pautas prioritárias. Durante a escuta, os presentes relataram problemas como ausência de asfalto na rodovia, o que ocasiona excesso de poeira e adoecimento por doenças respiratórias, em especial em crianças em idade escolar. Outras pautas em destaque foram segurança pública e meio ambiente.

Procuradores e defensora pública em escuta pública do MPF na ComunidadeÀ tarde, em Laranjal do Jari, comunidade e membros se reuniram na quadra poliesportiva do bairro Nazaré Mineiro. Em uma roda de conversa, os moradores expuseram questões relacionadas ao fornecimento de energia elétrica. Após a audiência, o MPF seguiu para diligências na cidade, onde identificou obras públicas abandonadas.

No dia seguinte, a viagem foi feita de carro, em estrada de asfalto e de terra para Vitória do Jari, atravessando plantações de eucalipto e áreas da floresta amazônica. Na ocasião, além dos moradores da cidade, o prefeito do município, Ary Duarte, participou e apresentou demandas coletivas que, segundo relatou, independem de sua gestão.

Integrantes do MPF e da DPU embarcando em catraiaOs integrantes do MPF e da DPU seguiram em comboio, à tarde, por estrada de chão e, após, de catraia – embarcação pequena movida a motor – até a comunidade São Francisco do Iratapuru. Os habitantes da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru, que possui área de mais de 800 mil hectares e abrange quatro municípios, falaram sobre dificuldades de acesso a serviços básicos. Os relatos foram sobre energia, inundações, ausência de saneamento e de policiamento e preocupação com possíveis ilícitos ambientais. Assim como nas outras localidades, ao final, manifestaram agradecimento pela presença do MPF e da DPU e pelo esforço empreendido para a realização da escuta. Foi a primeira vez que a comunidade teve a presença do MPF.

A partir dos depoimentos colhidos nos dois dias, o MPF vai instaurar procedimentos para apurar as denúncias. O próximo passo é cobrar das autoridades responsáveis a solução para os problemas identificados nas comunidades. Após instaurados os procedimentos, os cidadãos podem acompanhar o andamento pelo MPF Serviços, disponível em www.mpf.mp.br/mpfservicosAs quatro comunidades receberam informativos sobre o papel do MPF e como utilizar o MPF Serviços. Na plataforma, o cidadão pode consultar protocolos, fazer denúncias, enviar petições e solicitar informações.

Participantes do MPF na Comunidade reunidos em quadra poliesportivaA organização das escutas, coordenada pela chefe de gabinete Débora Sarges, contou com a colaboração de líderes comunitários locais, em todas as comunidades, que prepararam os locais de realização dos encontros para receber cidadãos e integrantes do MPF e da DPU, assessores e policiais do MPU lotados no Amapá e em Brasília.

Primeira edição – No ano passado, a primeira edição do MPF na Comunidade foi realizada no Bailique. Na ocasião, os membros, assessores e policiais viajaram de barco por 12 horas até chegar ao arquipélago. Na localidade, ficaram hospedados em uma casa ribeirinha, construída em madeira. O trajeto entre as ilhas era feito de lancha. Após nove escutas públicas no arquipélago, o MPF instaurou 24 procedimentos para apurar falhas no fornecimento de água e de energia, transporte escolar, atendimento em saúde, entre outros assuntos.

 

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Fonte MPF