Cooperação Internacional
26 de Novembro de 2024 às 17h2
Procuradores dos países de língua portuguesa debatem estratégias para combater crime e fortalecer sistema jurídico
Encontro promovido pelo MPF e pela ESMPU, em Brasília (DF), busca fortalecer cooperação jurídica internacional
Foto: Samuel Andrade (SECOM/ESMPU)
Representantes dos Ministérios Públicos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) estão reunidos, esta semana, em Brasília (DF), para debater medidas voltadas ao fortalecimento da cooperação internacional, ao combate à criminalidade, à proteção do meio ambiente e dos direitos humanos. O “2º Seminário Diálogos sobre os desafios contemporâneos dos Ministérios Públicos da CPLP” é uma iniciativa do Ministério Público Federal (MPF) e da Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU), com o apoio da Agência Brasileira de Cooperação.
Participam dos debates autoridades de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique, bem como procuradores brasileiros. Até quinta-feira (28), eles vão participar de rodas de debate e oficinas para trocar experiências e discutir estratégias conjuntas de atuação para combater o tráfico de drogas, a corrupção, as mudanças climáticas, os crimes cibernéticos e ambientais. O grupo também vai abordar mecanismos de trabalho para otimizar as atividades comuns e ferramentas de cooperação jurídica.
Na abertura do evento, nessa segunda-feira (25), o vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, lembrou que o MPF brasileiro promove, desde 2012, projetos bilaterais de cooperação técnica e jurídica com países da CPLP. Três deles estão em andamento – em Moçambique, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe – e envolvem a capacitação de membros e servidores do Ministério Público, assim como o fortalecimento do sistema de Justiça. O vice-PGR, no entanto, defendeu que agora é preciso dar mais um passo, no desenvolvimento de ações concretas com resultados práticos.
“Precisamos essencialmente ter em conta a necessidade de que nossas iniciativas se revertam em questões de ordem prática. Precisamos tornar nossas redes mais ativas e incentivar a criação de caminhos que nos permitam realizar cooperação jurídica internacional de forma mais efetiva”, pontuou. Nesse sentido, ele defendeu a criação de equipes conjuntas de investigação, para apurar crimes transnacionais, bem como a cooperação direta e a transferência internacional de processos, temas que serão abordados durante o encontro.
Projetos bilaterais – Segundo a secretária de Cooperação Internacional do MPF, Anamara Osório, além dos projetos em andamento, o MPF também já promoveu capacitações voltadas a magistrados, procuradores e servidores de Cabo Verde e Timor-Leste. Elas resultaram formação de mais de 200 pessoas e na publicação de manuais de atuação.
Além disso, há uma equipe conjunta de investigação formada por procuradores de Cabo Verde e do Brasil, que está em fase de encerramento com resultados efetivos, após dois anos de operação. A CPLP possui ainda seis redes de cooperação interinstitucionais para prevenção e combate a crimes ambientais; corrupção e lavagem de dinheiro; cibercrime; cooperação judiciária; tráfico de drogas e recuperação de ativos. “Vislumbro que este seminário possa plantar a semente para iniciativas capazes de estreitar ainda mais as nossas relações, como a elaboração de um protocolo de cooperação interinstitucional entre os Ministérios Públicos da CPLP”, propôs Anamara.
Na abertura do evento, a diretora da ESMPU, Raquel Branquinho, por sua vez, lembrou que a escola tem o papel de facilitar a troca de experiências entre os Ministérios Públicos dos países lusófonos, para fortalecer as estruturas institucionais e definir estratégias de trabalho conjunto com foco em resultados. “Temos que nos unir, trocar experiências e colaborar com o que pode ser fortalecido em nossas instituições”, ressaltou.
Já o orientador pedagógico da atividade, procurador regional da República João Akira Omoto, ressaltou a importância dessa união entre os países não somente para combater o crime organizado, mas também para avançar nas pautas relacionadas aos direitos humanos e na defesa dos direitos coletivos. “A troca de experiência entre os procuradores de diversos países é enriquecedora, para renovação de ideias e o aprofundamento da cooperação jurídica internacional”, completou.
Por fim, a diplomata de carreira e representante da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Andréia Cristina Nogueira Rigueira, fez questão de destacar que o apoio a projetos como os desenvolvidos pelo MPF nos países de língua portuguesa é uma prioridade para a ABC. Segundo ela, essas ações buscam reforçar as capacidades institucionais para promover mais acesso à Justiça e à proteção aos direitos humanos. “Cooperação tem que fazer sentido prático, acelerar transformações, o desenvolvimento sustentável e incidir positivamente na vida das pessoas”, afirmou.
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Fonte MPF