primeira etapa dos estudos de viabilidade técnica será concluída em agosto — Procuradoria da República no Piauí

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Meio Ambiente

4 de Julho de 2024 às 11h14

Adutora do Sertão: primeira etapa dos estudos de viabilidade técnica será concluída em agosto

Resultado é obtido após quase dez anos de cobranças por parte dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, em ação judicial que tramita na Justiça Federal

Banner com fundo azul claro. Na parte superior esquerda, está escrito Adutora do Sertão do Piauí. Na parte direita da imagem, há a imagem de uma torneira com uma gota de água prestes a cair. Dentro dessa gota, tem a ilustração de uma casa, árvores e água.


Foto: Canva. Arte: Comunicação/MPF

Após quase uma década desde o início da ação civil pública movida pelos Ministérios Públicos Federal (MPF) e Estadual para garantir os recursos destinados à construção da Adutora do Sertão do Piauí, finalmente os primeiros resultados começam a aparecer. A primeira etapa do estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental do projeto básico do Sistema Adutor do Sertão do Piauí tem previsão para ser concluída em agosto deste ano.

A informação foi repassada ao procurador da República Kelston Pinheiro Lages, um dos autores da ação, pelo responsável da empresa EngecorConsultoria e Projetos Ltda (contratada pela Secretaria de Estado da Defesa Civil, por meio do Contrato n.º 126/2022, para realizar esses estudos), durante audiência que ocorreu na sede do MPF em Teresina (PI) na semana passada.

Na ocasião, o procurador da República cobrou do representante da Engecor a apresentação de um cronograma físico-financeiro da obra, considerando a informação de que a União, por meio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), já havia liberado a primeira parcela do convênio, de aproximadamente R$ 2,3 milhões, referente ao acordo firmado com o Estado do Piauí.

Diante dos questionamentos do representante do MPF, o responsável pela Engecor informou que já foi realizada parte do serviço de campo, de observação dos poços e de prova de viabilidade real da obra. O representante da empresa disse, ainda, que a previsão para a conclusão da primeira etapa, que engloba estudo geológico, estudo de poços e outros serviços, é para o final de agosto deste ano.

 

Acompanhamento pelos Ministérios Públicos

Além do cronograma físico-financeiro da obra, o procurador solicitou também que a Engecor apresente fotografias ou outros meios de demonstração da localização dos estudos nessa primeira etapa de forma que seja possível a presença in loco de representantes do Ministério Público para acompanhamento. A próxima audiência com o responsável pela empresa está agendada para agosto.

“O Ministério Público Federal acompanhará a obra e por isso precisa dessas informações e documentos. Durante a audiência, reforçamos ao representante da Engecor que qualquer entrave ou dificuldade encontrada na execução do contrato deve ser reportada ao MPF para que possamos auxiliar na sua resolução”, destacou o procurador da República.

Em outubro do ano passado, diante da suspensão das atividades por questões orçamentárias, o MPF recomendou à Funasa que adotasse todas as providências necessárias para a inclusão, em seu orçamento, do projeto da Adutora do Sertão do Piauí, garantindo todos os recursos orçamentários necessários à sua execução.

 

Sobre a ACP

 A construção dessa adutora foi judicializada pelo MPF e pelo Ministério Público Estadual em 2015, quando foi ajuizada ação civil pública contra a União e o Estado do Piauí. O objetivo era garantir verbas públicas para a elaboração e execução de projetos, programas e obras que assegurassem a implementação da adutora. Desde então, o MPF e o MP do Piauí obtiveram liminar, que determinou à União a elaboração de um projeto básico para a adutora, e a confirmação da liminar, determinando à União a execução e a descentralização de crédito orçamentário para a sua construção.

Segundo Kelston Lages, a implementação da Adutora do Sertão levará água para 51 municípios do sertão piauiense, que estão localizados sobre o cristalino, onde não há água subterrânea. “Hoje, a população desses municípios é atendida pela política pública ‘Operação Carro Pipa’, que não resolve o problema da estiagem, porque apenas adia a solução definitiva. O que é um grande paradoxo e descaso administrativo o Piauí ser detentor de um das maiores reservas de águas subterrâneas do país e as pessoas e animais ainda morrerem de sede”, destaca.

 

Processo n.º 0015781-03.2015.4.01.4000

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Fonte MPF