Oficina “Maria Vai com as Suas?” é realizada no MPF como parte da 1ª Semana de Prevenção e Enfrentamento às Violências e ao Assédio — Procuradoria da República na Paraíba

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Geral

18 de Outubro de 2024 às 15h11

Oficina “Maria Vai com as Suas?” é realizada no MPF como parte da 1ª Semana de Prevenção e Enfrentamento às Violências e ao Assédio

Atividade promove apoio e solidariedade entre mulheres, criando ambientes de trabalho mais justos e acolhedores

A imagem mostra uma sala onde um grupo de mulheres está sentado em uma disposição semicircular. Algumas mulheres estão vestindo uniformes azuis, outras uniformes pretos e outras estão com roupas do dia a dia.


Foto: Comunicação MPF

Nos dias 15 e 16 de outubro, a Procuradoria da República na Paraíba (PR/PB), onde funciona o Ministério Público Federal (MPF) em João Pessoa, sediou a oficina “Maria Vai com as Suas?”, que tem como objetivo promover a educação em direitos humanos e enfrentar as diversas formas de violência contra as mulheres trabalhadoras. A atividade fez parte da programação da 1ª Semana de Prevenção e Enfrentamento às Violências e ao Assédio, organizada pela Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio da PR/PB.

Idealizada por Lisane Berlato, servidora do MPF no Rio Grande do Sul, a oficina “Maria Vai com as Suas?” alcança especialmente as funcionárias terceirizadas do órgão. A edição realizada na Paraíba teve uma peculiaridade: além das integrantes do MPF, participaram representantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Justiça Federal (JF), que compartilharam suas experiências e demonstraram interesse em replicar a atividade em seus órgãos.

Lisane destacou que a oficina tem como foco o reconhecimento das diversas formas de violência a que as mulheres são submetidas desde a infância, decorrentes de padrões de gênero que frequentemente resultam em violências psicológicas e morais, independentemente de classe social, raça ou território. No entanto, ela ressaltou que certos grupos são mais vulneráveis a essas violências devido a fatores sociais e econômicos.

A imagem mostra um grupo de mulheres em um ambiente interno, participando de uma atividade de construção de equipe. Elas estão envolvidas em uma atividade que envolve confiança, pois a pessoa de trás tem as mãos nos ombros ou na cintura da pessoa da frente.A idealizadora do projeto afirma que as oficinas não só capacitam as mulheres a reconhecer abusos e reivindicar seus direitos, mas também promovem transformações na cultura organizacional, criando ambientes de trabalho mais humanos e solidários.

Entre os principais desafios na implementação das oficinas, Lisane destacou a dificuldade de assegurar a participação das mulheres durante as atividades. No entanto, ela ressaltou que as unidades que solicitaram a oficina se prepararam de maneira eficaz, com homens assumindo temporariamente as funções para que as colegas pudessem participar do workshop.

Depoimentos – A jornalista Camila Alves, assessora de comunicação da Justiça Federal, destacou que sua participação na oficina foi uma oportunidade para ajudar outras mulheres a identificar sinais de assédio e violência, especialmente cometidos por homens. Ela ressaltou a importância de compartilhar experiências para o empoderamento feminino e a denúncia de abusos, além de enfatizar o papel de políticas públicas, como a Lei Maria da Penha, e o acesso a delegacias especializadas. Camila acredita que iniciativas como essa, com espaços de partilha e apoio mútuo, fortalecem a união entre mulheres e sugeriu que a atividade fosse levada para a Justiça Federal, beneficiando mulheres de diversas profissões e classes sociais.

Tatiana Frade, agente da Polícia Rodoviária Federal, compartilhou sua experiência pessoal de assédio sexual em um órgão anterior, destacando a importância de ter recebido diferentes perspectivas na oficina sobre como poderia ter reagido, já que, na época, permaneceu inerte. O apoio das mulheres na oficina foi fundamental para sua reflexão e para que possa orientar outras mulheres em situações semelhantes. Tatiana sugeriu que a oficina fosse replicada na PRF, onde muitas mulheres, incluindo policiais e servidoras, poderiam se beneficiar de um espaço para discutir violência de gênero, especialmente aquelas que enfrentam violência doméstica e não se sentem à vontade para denunciar.

Simone Marcolino, funcionária terceirizada do MPF, compartilhou durante a oficina as violências física e verbal que sua mãe sofreu de seu pai na sua infância. Revisitar essa memória a fez refletir sobre a importância de as mulheres aprenderem a se defender e denunciar essas situações. Ela destacou que é essencial não permanecer calada e que o apoio entre as mulheres é crucial. Simone aprendeu que denunciar a violência e apoiar outras mulheres são medidas fundamentais para combater o problema, além de enfatizar que o desabafo e a solidariedade entre mulheres são importantes para superar traumas e prevenir o adoecimento emocional.

A imagem mostra um fundo amassado de cor rosa com a palavra “MARIA” escrita em letras grandes e negrito. Abaixo, há a frase “vai com as suas,” seguida de um ponto de interrogação e um ponto final. À direita, há uma ilustração de uma mão segurando uma caneta.Reconhecimento – O projeto “Maria Vai Com as Suas?”, apoiado pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do MPF no RS, foi reconhecido em várias premiações. Em 2023, destacou-se na categoria Gênero, Raça e Sexualidade no Prêmio Fórum Justiça de Direitos Humanos no RS. Além disso, foi premiado como Melhor Prática no 1º Seminário de Melhores Práticas em Direitos Humanos (2021), recebeu menção da Comissão Nacional de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e Discriminação (CNPEAD) do MPF, durante a Semana de Conscientização e Prevenção ao Assédio Moral e Preconceito (2023), ficou entre os finalistas do Prêmio República da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e foi premiado no Festival Câmera Causa.

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Fonte MPF