Museu do Holocausto de Curitiba promove capacitação recomendada pelo MPF — Procuradoria da República no Paraná

Museu do Holocausto de Curitiba promove capacitação recomendada pelo MPF

Programa voltado para integrantes das instituições de segurança visa evitar uso de símbolos nazistas em eventos oficiais

O Ministério Público Federal participou (MPF) da palestra “Símbolos do Ódio – História & Atualidade”, oferecida pelo Museu do Holocausto em Curitiba (PR) na última quarta-feira (2) a integrantes das forças de segurança que atuam na capital paranaense. Cerca de 40 agentes do Exército, da Polícia Rodoviária Federal, da Guarda Civil de Curitiba, da Polícia Militar e da Polícia Civil acompanharam a atividade.

O encontro compõe o programa de capacitação recomendado pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/PR) para evitar que integrantes das forças de segurança utilizem ou divulguem, por ação ou omissão, símbolos associados ao nazismo e neonazismo em eventos oficiais. 

Em 2023, um veículo com símbolo nazista participou do desfile cívico-militar do dia 7 de setembro em Curitiba. O fato, noticiado pela imprensa, levou a PRDC/PR a abrir um procedimento para apurar o que ocorreu. O Museu do Holocausto confirmou que tanto o carro como a cruz de barras em sua lateral foram usados pelos nazistas durante a 2ª Guerra Mundial. A apologia ao nazismo é crime, segundo a Lei nº 7716/1989.  

O objetivo da capacitação é evitar que situações como essa se repitam. O Museu do Holocausto é responsável pelo programa que incluiu visita guiada ao acervo e materiais impressos. De acordo com a recomendação, a capacitação deve ser permanente e, sempre que houver dúvida quanto a símbolos ou veículos, o Museu do Holocausto deve ser consultado. 

A palestra “Símbolos do Ódio” contou com a participação da procuradora da República Hayssa Kyrie Medeiros Jardim, uma das autoras da recomendação. “A concretização dessa capacitação, por provocação da PRDC, revela o compromisso das instituições de segurança com a promoção dos valores consagrados na Constituição  como a não discriminação por qualquer motivo”, diz ela. “O empenho do Museu do Holocausto foi primordial para a realização desse evento. É um privilégio poder participar desse momento para o qual contribuíram todos os envolvidos”.