Direitos do Cidadão
9 de Outubro de 2025 às 10h55
MPF vai sediar lançamento do Comitê Nacional das Mulheres Negras por Justiça Climática em Belém (PA)
Evento, nesta sexta-feira (10), é uma iniciativa da Marcha Nacional das Mulheres Negras
Foto: Marcha das Mulheres Negras/divulgação
Nesta sexta-feira (10), às 16h, será lançado em Belém (PA), no auditório do Ministério Público Federal (MPF), o Comitê de Mulheres Negras por Justiça Climática, uma frente de articulação política da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver 2025. O evento será realizado em formato híbrido (presencial e online), com inscrições gratuitas, disponíveis neste link.
O lançamento ocorre às vésperas da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que reunirá, em novembro, líderes mundiais para discutir soluções e compromissos globais frente à crise climática. A COP30 será realizada na capital do Pará.
O início do comitê reforça a centralidade das mulheres negras, quilombolas e comunidades tradicionais nesse debate. A presença da marcha transmite um recado claro: não há justiça climática sem justiça racial e de gênero, e nenhuma política ambiental é completa se desconsiderar as vozes e os saberes das mulheres negras, segundo os organizadores.
Para o procurador-chefe do MPF no Pará, Felipe de Moura Palha, sediar a iniciativa reforça o compromisso da instituição com pautas sociais relevantes. “É uma honra para o Ministério Público Federal receber um evento de tamanha importância. Convidamos toda a população a participar deste debate fundamental sobre justiça climática e social”, destaca Palha.
Provocação urgente – Para Sara Sacramento, integrante do coletivo Pretas pelo Clima, organização de mulheres negras nordestinas que coloca a justiça racial no centro do debate socioambiental, o lançamento é um marco político: “O comitê nos faz uma provocação urgente ao inserir os desafios das intersecções entre gênero, raça, meio ambiente e mudanças climáticas na agenda dos movimentos de mulheres negras para a próxima década. Esperamos que esse momento, em Belém, às vésperas da COP, engrosse o caldo das discussões a partir da nossa gramática, das nossas vozes e do nosso fazer político”, afirma.
A criação do comitê surge em um contexto de profunda desigualdade climática. Segundo dados da Oxfam Brasil, 67% das pessoas que vivem em áreas de risco ambiental no país são negras e 56% das famílias chefiadas por mulheres negras sofrem insegurança alimentar, forçadas a reduzir refeições por falta de acesso a alimentos (dados de 2023). Além disso, mulheres negras gastam proporcionalmente mais com impostos indiretos do que famílias chefiadas por pessoas brancas, o que agrava os impactos socioeconômicos da crise climática.
Presença na agenda climática – Nesse sentido, Adriana t’OlúAiyé, integrante do Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana (Fonsanpotma), uma das organizações à frente do Comitê, destaca a importância da presença política e civilizatória das mulheres negras na agenda climática. “Há um lema que diz: sem justiça social não há paz. Eu afirmo que, sem justiça climática, não há reparação e, sem reparação não há bem viver. O dia do lançamento do comitê é um dia em que dizemos firmemente: nada sobre nós, sem nós”, finaliza.
A iniciativa está conectada com o projeto político dos Movimentos de Mulheres Negras, que convida toda a sociedade brasileira para a Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, no dia 25 de novembro, em Brasília. O movimento objetiva reafirmar a luta por um futuro sustentável, democrático e com justiça social e climática.
Lançamento do Comitê Mulheres Negras por Justiça Climática
Data: 10 de outubro de 2025 (sexta-feira)
Horário: 16h
Local: auditório do MPF em Belém (PA) – Rua Domingos Marreiros, 690, bairro Umarizal
Formato: híbrido – presencial e com transmissão online
Inscrições: disponíveis aqui
Com informações da Marcha das Mulheres Negras
Ministério Público Federal no Pará
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Fonte MPF