MPF tenta conciliação com a Prefeitura de Belém (PA) para evitar o fechamento e a privatização do Pronto-Socorro da 14 de Março — Procuradoria da República no Pará

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Direitos do Cidadão

22 de Agosto de 2025 às 8h35

MPF tenta conciliação com a Prefeitura de Belém (PA) para evitar o fechamento e a privatização do Pronto-Socorro da 14 de Março

Proposta inclui construção de novo prédio, de grande porte, em outro terreno, com recursos adicionais do Ministério da Saúde

Foto da fachada do Hospital Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti, em Belém. O prédio é branco com uma grande placa amarela na entrada, onde o nome do hospital está escrito em letras azuis. A imagem foi tirada da rua em um dia ensolarado.


Foto: Arquivo-Agência Belém

O Ministério Público Federal (MPF) convocou uma reunião com a Prefeitura de Belém (PA), outros órgãos públicos e conselhos e entidades de classe da área da saúde para uma tentativa de conciliação sobre a situação do Hospital Pronto-Socorro Municipal (PSM) Mário Pinotti, conhecido como PSM da 14. O encontro foi agendado para 3 de setembro, às 14 horas, na sede do MPF na capital paraense.

A pauta central da reunião é a apresentação, pelo MPF, de propostas que visam garantir a continuidade do atendimento no hospital, maior referência em urgência e emergência do Norte do país. Segundo edital publicado pela Prefeitura em julho, os gestores municipais planejam fechar totalmente a unidade de saúde para reformas e contratar uma entidade privada para assumir os serviços.

As propostas do MPF incluem:

• o não fechamento do PSM, ainda que temporário;

• a não privatização dos serviços;

• a manutenção de pessoal, bens e serviços no prédio da travessa 14 de Março;

• a realização de reformas parciais, gradativas e organizadas, combinada com a construção de um novo pronto-socorro de grande porte em outro terreno, com recursos públicos federais adicionais do Ministério da Saúde (MS).

O MPF solicitou à Superintendência do Ministério da Saúde no Pará que transmitisse as propostas ao Ministro da Saúde, em reunião, em Brasília (DF), na tarde de 20 de agosto.

Detalhes sobre a reunião – Para a reunião de 3 de setembro, estão sendo convidados representantes da Prefeitura e da Secretaria de Saúde de Belém, da direção do PSM, da Câmara Municipal, da superintendência do Ministério da Saúde no Pará, de órgãos de fiscalização como o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e as Defensorias Públicas do Pará (DPE-PA) e da União (DPU), além de diversos conselhos profissionais da área da saúde, conselhos municipais, sindicatos e associações.

A Prefeitura de Belém poderá aceitar total ou parcialmente as propostas, não aceitá-las ou apresentar contrapropostas. Os demais convidados também poderão apresentar sugestões.

Histórico do caso – A convocação da reunião ocorre após uma série de ações do MPF para apurar os planos da Prefeitura de Belém para o PSM da 14. Em julho de 2025, a prefeitura publicou um edital de chamada pública para contratar uma empresa privada para assumir os serviços de urgência durante o fechamento total do hospital para reformas.

O MPF aponta que, apesar de diversos órgãos de fiscalização terem identificado problemas na infraestrutura e nos serviços do PSM, nenhum deles — incluindo o MPF, o Ministério Público do Estado, as Defensorias, o Conselho Regional de Medicina (CRM) e o Corpo de Bombeiros — recomendou a interdição completa do prédio.

Antes de convocar a reunião, o MPF já havia enviado ofícios à gestão municipal questionando a razoabilidade de fechar a maior referência em urgência e emergência do Norte às vésperas da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que deve atrair cerca de 40 mil pessoas a Belém. O órgão também questionou a suspeita de privatização ilegal de uma atividade-fim do serviço público, apontando que a lei do Sistema Único de Saúde (SUS) prevê a participação privada apenas de forma complementar.

No dia 13 de agosto, uma escuta pública realizada pelo MPF em Belém reforçou a posição da população pela permanência do PSM aberto e em funcionamento na 14 de Março. Na ocasião, os participantes também expressaram grande preocupação sobre como a rede de saúde de Belém absorverá a demanda gerada pela COP30 sem o hospital em pleno funcionamento.

Diante do cenário, o MPF já havia proposto formalmente à Prefeitura de Belém a celebração de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para anular a chamada pública e garantir que o hospital não seja integralmente paralisado, a menos que um novo laudo técnico de órgão competente aponte expressamente essa necessidade.

 

Ministério Público Federal no Pará
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Fonte MPF