MPF reúne lideranças ciganas e órgãos estaduais para discutir segurança, saúde e políticas públicas na Bahia — Procuradoria da República na Bahia

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Comunidades Tradicionais

14 de Agosto de 2025 às 11h20

MPF reúne lideranças ciganas e órgãos estaduais para discutir segurança, saúde e políticas públicas na Bahia

Encontro debateu demandas históricas dos povos ciganos e propostas para garantir respeito à cultura e ampliação de direitos

Foto mostra mesa com participantes do debate


Foto: Comunicação/MPF

O Ministério Público Federal (MPF) promoveu, em sua sede em Salvador, uma reunião com representantes dos povos ciganos e órgãos do governo estadual para tratar de políticas públicas voltadas a essas comunidades. O encontro ocorreu na última sexta-feira (8).

De acordo com o procurador da República Ramiro Rockenbach, a reunião foi um passo importante para fortalecer o diálogo e transformar demandas em ações concretas. “Foi um momento de escuta ativa, em que pudemos compreender as necessidades e vivências das comunidades ciganas diretamente de suas lideranças. O compromisso do MPF é atuar para que essas pautas avancem e se traduzam em políticas públicas que garantam respeito, inclusão e dignidade”, afirmou.

As lideranças ciganas destacaram a importância de terem espaço para manifestar sua cultura e modo de vida, lembrando que o povo cigano também foi vítima de escravidão e perseguição, fatos pouco abordados nos livros escolares. Entre as principais reivindicações apresentadas estiveram:

●      capacitação das forças de segurança para respeitar os direitos e a cultura cigana;

●      criação de cotas em concursos públicos e no regime especial de contratação administrativa (Reda);

●      respeito às moradias tradicionais, incluindo barracas, por parte da polícia;

●      implementação de políticas públicas específicas contra o racismo e a ciganofobia;

●      agenda de reunião com o governador do Estado e com o secretário de Segurança Pública.

Foto posada do grupo que participou da reuniãoCompromissos assumidos pelo estado da Bahia – Representantes do governo da Bahia apresentaram iniciativas em andamento e novas propostas. A Delegacia Especializada de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa (Decrin) colocou-se à disposição para atender às comunidades ciganas.

A Secretaria da Saúde anunciou a criação de um comitê técnico específico para povos e comunidades tradicionais, com representação cigana, e a oferta de qualificações para profissionais da área.

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos propôs realizar ainda em 2025 uma Caravana de Direitos Humanos voltada para os povos ciganos. Já a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial destacou ações como o mapeamento populacional, programas de habitação e qualificação profissional, além da adesão ao Plano Nacional de Políticas para Povos Ciganos. A Secretaria de Cultura ressaltou o apoio anual a projetos e atividades voltadas a essa comunidade.

Representaram o MPF o subprocurador-geral da República Luciano Mariz Maia, membro titular da Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais (6CCR/MPF), e os procuradores da República Ramiro Rockenbach e Marcos André Carneiro Silva, titulares dos ofícios Estaduais Resolutivos para Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do MPF/BA.

O encontro contou com a presença de lideranças ciganas como Jucelho Dantas, Edvalda Santos e Dinha, presidenta da Associação Nacional de Mulheres Ciganas, além de Gleice Keren Cruz da Silva Almeida, Leda Oliveira Cruz, Gilson Dantas e Josafá Barreto de Almeida, entre outros.

Foto do auditório com Reunião dos povos ciganos.Participaram ainda representantes de diversas secretarias do governo da Bahia, como a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), a Secretaria de Cultura (Secult), a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e a Secretaria de Segurança Pública (SSP), além de procuradores do Estado, autoridades policiais e especialistas — entre eles, os antropólogos Martin Fotta e Igor Shimura, a antropóloga Patrícia Goldfarb e a historiadora Aline Miklos.

Próximos passos – Ao final da reunião, foi reiterado o pedido das lideranças ciganas para uma reunião com o governador da Bahia e com o secretário de Segurança Pública, além da criação de uma diretoria ou coordenação específica para os povos ciganos na Secretaria de Promoção da Igualdade Racial.

A ata assinada e o ofício com essas demandas foram encaminhados ao chefe do executivo estadual da Bahia. 

Confira Íntegra da ATA
Confira Íntegra do Ofício

Fonte MPF