MPF recorre para elevar pena de ex-prefeito de Magé (RJ), condenado por fraude e lavagem de dinheiro — Procuradoria da República no Rio de Janeiro

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Criminal

11 de Março de 2025 às 11h10

MPF recorre para elevar pena de ex-prefeito de Magé (RJ), condenado por fraude e lavagem de dinheiro

Pena de Nestor Vidal Neto, fixada em mais de 13 anos de prisão, pode ser ampliada com recurso de apelação

Arte retangular com foto de um homem colocando notas de cem e cinquenta reais no bolso interno do paletó. Em letras brancas lê-se Combate à Corrupção


Arte: Comunicação/MPF

O Ministério Público Federal (MPF) interpôs recurso de apelação buscando a majoração da pena do ex-prefeito de Magé (RJ) Nestor Vidal Neto, condenado pela Justiça Federal por desvio de recursos públicos federais, seguido de lavagem de dinheiro. Com o recurso, apresentado em janeiro deste ano, o MPF busca que seja reconhecido o concurso material entre os crimes, o que pode elevar a pena do réu. A apelação argumenta que as operações de lavagem foram executadas em momentos distintos e “mediante a mescla de recursos de diferentes origens, natureza e destino”, devendo ser consideradas como delitos autônomos.

Segundo o MPF, a metodologia de ocultação dos valores demonstra um planejamento sofisticado para dificultar a identificação dos desvios e permitir a continuidade da apropriação indevida dos recursos públicos. O propósito do recurso é garantir que a pena imposta reflita o impacto da fraude nos cofres públicos e na prestação de serviços essenciais à população. O pedido foi encaminhado ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) para análise.

Condenação – A Justiça Federal condenou Nestor Vidal Neto, então prefeito de Magé (RJ) entre agosto de 2011 e abril de 2016, a 13 anos e 5 meses de prisão por fraude e desvio de recursos públicos federais, seguido de lavagem de dinheiro. A decisão, fundamentada em denúncia do Ministério Público Federal (MPF), determina ainda a inabilitação, pelo prazo de cinco anos, para o exercício de cargo ou função pública, nos termos do art. 1º, § 2º, do Decreto-Lei nº 201/1967.

Emitida no final de dezembro de 2024, a sentença também enquadra outros envolvidos no esquema, identificados como partícipes e “laranjas”. A decisão judicial afirma que Nestor Vidal desviou verbas federais destinadas à saúde pública do município fluminense mediante a contratação irregular do Centro Médico Saúde Cidade Ltda. – Clínica da Cidade.

Segundo o procurador da República Luís Cláudio Senna Consentino, restou comprovado que a empresa serviu como instrumento para ocultar e movimentar valores ilícitos, incluindo saques em espécie e transferências injustificadas para contas vinculadas aos envolvidos. O MPF apontou que o ex-prefeito desempenhava papel importante nas movimentações financeiras da clínica e que os recursos desviados eram direcionados a terceiros em um esquema de lavagem de dinheiro.

O ex-prefeito ainda terá a oportunidade de se defender perante o Tribunal Regional Federal e somente poderá ser considerado culpado após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.

 

Processo nº 5077198-87.2022.4.02.5101/RJ

 

Assessoria de Comunicação Social
Procuradoria da República no Rio de Janeiro
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Fonte MPF