Direitos do Cidadão
21 de Outubro de 2024 às 18h25
MPF recomenda que Estado implemente Comitê de Erradicação do Trabalho Escravo no Acre
Estado tem 30 dias para se manifestar, informando se acata a recomendação e relatando as ações tomadas para seu cumprimento
Arte: Comunicação/MPF
O Ministério Público Federal (MPF) emitiu uma recomendação ao Governo do Estado do Acre para ampliar as atribuições do Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Coetrap), e incorporar também as funções do ainda não instalado Comitê de Erradicação do Trabalho Escravo no Acre (Coetrae). Essa medida visa otimizar recursos e esforços, uma vez que os temas são relacionados, compartilham diversos pontos em comum, políticas públicas semelhantes e exigem a participação de membros com perfis similares, seguindo o modelo já adotado em outros estados.
Além disso, o procurador regional dos Direitos do Cidadão no Acre, Lucas Costa Almeida Dias, recomendou que o governador inclua representantes dos órgãos de controle ambiental no comitê, considerando que as atividades de desmatamento são frequentemente associadas a indícios de trabalho escravo. O Governo do Estado tem 30 dias para responder à recomendação e deverá informar se irá acatá-la e quais medidas serão tomadas para seu cumprimento, ou, caso contrário, justificar sua recusa.
Trabalho análogo à escravidão e tráfico de pessoas no Acre – Em 2023, operações conjuntas da Polícia Federal, Ministério Público do Trabalho e Superintendência Regional do Trabalho resgataram 15 pessoas em condições análogas à escravidão, incluindo três crianças e adolescentes. As vítimas enfrentavam situações precárias, sem equipamentos de proteção, água potável, alimentação adequada ou formalização do vínculo empregatício.
Esse ano, o Acre apareceu na “lista suja” do Governo Federal com dois empregadores que submeteram pessoas a condições análogas à escravidão. Os dados são atualizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e foram divulgados em abril de 2024.
O Comitê Estadual de Enfrentamento ao Trabalho Escravo – Apesar de criado em 2017, o Coetrae nunca entrou em funcionamento devido à omissão do Governo estadual.
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Fonte MPF