MPF recebe estudantes da UFBA para debate sobre consulta prévia a povos indígenas e comunidades tradicionais — Procuradoria da República na Bahia

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Geral

15 de Agosto de 2025 às 11h0

MPF recebe estudantes da UFBA para debate sobre consulta prévia a povos indígenas e comunidades tradicionais

Encontro abordou a Convenção 169 da OIT, casos julgados e a importância da aproximação entre o Ministério Público Federal e a academia

Foto de uma mesa com pessoas em volta, em uma reunião. Ao fundo uma tela de TV grande mostra uma apresentação em PowerPoint


Encontro aconteceu na sede do MPF, em Salvador, Foto: Comunicação MPF/BA

O Ministério Público Federal (MPF) recebeu, na manhã desta quinta-feira (14), estudantes do curso de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA) para um diálogo sobre a consulta livre, prévia e informada dos povos indígenas e comunidades tradicionais, prevista na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O encontro, realizado na sede do MPF, em Salvador, foi conduzido pelo procurador da República Marcos André Carneiro Silva, que compartilhou experiências institucionais e exemplos de casos já julgados pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelos Tribunais Regionais Federais (TRF’s).

Segundo Marcos André, a aproximação com o meio acadêmico é fundamental. “Eventos como esse são importantes e o Ministério Público Federal não pode desperdiçar a oportunidade de estar presente. É uma ocasião para dialogar com estudantes que se tornarão os futuros operadores do direito, seja como procuradores, juízes, defensores ou advogados. O MPF precisa estar sempre próximo das universidades e fomentar essa relação de troca e aprendizado”, ponderou.

O debate também abordou os desafios impostos para o reconhecimento e implementação do direito dos povos originários e comunidades tradicionais de serem consultados, os principais argumentos utilizados pelos advogados para defender a não aplicação da Convenção 169 da OIT e também os limites que as próprias normas internas tentam impor. Foram discutidos os requisitos da consulta aos povos e comunidades tradicionais e o que a diferencia das demais modalidades de participação popular em processos de licenciamento.

Grupo de pesquisa e competição internacional

Os estudantes integram o Núcleo de Competições Internacionais (NCI) da Faculdade de Direito da UFBA, dedicado à capacitação para competições simuladas de cortes internacionais (moot courts). No subnúcleo de Direito Internacional Público, fundado em 2014, a equipe já acumula títulos e premiações ao longo de dez anos de atuação.

A discente Andressa Texeira, do 7º semestre, ressaltou que a participação da equipe leva visibilidade à UFBA e ao estado da Bahia. “É uma oportunidade de mostrar que o ensino jurídico baiano está preparado para dialogar e competir em nível internacional, tratando de temas cada vez mais relevantes, como os direitos das comunidades tradicionais”, afirmou.

Em 2025, o grupo representou a Bahia e o Brasil nas rodadas internacionais da mais antiga e prestigiada competição de corte simulada do mundo: a Philip C. Jessup International Law Moot Court Competition, em Washington. Agora, a equipe se prepara para a edição de 2026, que discutirá questões como os direitos dos povos indígenas sobre minerais de terras raras e a imunidade jurisdicional de estados estrangeiros. Para viabilizar sua participação na competição, o grupo busca patrocínio de escritórios baianos, por meio de apoio financeiro, e mantém contato por meio de página no Instagram @jessup.ufba.

Para Isabele Guimarães, do quinto semestre de Direito, a visita contribuiu diretamente para a preparação da equipe. “A competição envolve temas complexos do Direito Internacional e poder ouvir a experiência do MPF com a Convenção 169 e casos concretos é fundamental para a qualidade dos nossos argumentos”, concluiu.



Fonte MPF