MPF realiza visitas técnicas e escuta demandas de comunidades indígenas do Agreste alagoano — Procuradoria da República em Alagoas

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Indígenas

25 de Junho de 2025 às 7h49

MPF realiza visitas técnicas e escuta demandas de comunidades indígenas do Agreste alagoano

Atuação busca garantir acesso a direitos básicos como água, energia, terra e educação para povos originários

Imagem fotográfica da equipe do MPF inspecionando instalações precárias onde será a aldeia Pankaxuri


Área do projeto Bálsamo, que o Estado destinará à aldeia Pankaxuri (crédito: MPF/AL)

O Ministério Público Federal (MPF) visitou, entre os dias 16 e 18 de junho, quatro comunidades indígenas do Agreste alagoano para compreender as necessidades das famílias e acompanhar a situação das terras e serviços públicos. A partir dessa escuta e das vistorias, o MPF busca promover ações junto aos órgãos responsáveis.

As comunidades visitadas foram: Riacho Fundo do Meio, Mata da Cafurna e Serra do Capela — todas da etnia Xukuru-Kariri — e a área destinada à futura aldeia Pankaxuri, esta última localizada na região do Projeto de Irrigação do Bálsamo, no município de Palmeira dos Índios.

Escuta ativa – Na aldeia Riacho Fundo do Meio, a cerca de 7 km da zona urbana, as lideranças relataram problemas com o fornecimento de água e energia elétrica. A rede elétrica passa muito próxima aos telhados, o que representa riscos à população, e há demora no atendimento por parte da empresa Equatorial Energia.

Riacho Fundo do Meio Riacho Fundo do Meio Riacho Fundo do Meio

Moradores também informaram que os poços da comunidade não funcionam por falta de dessalinizadores e manutenção. Embora um dos poços tenha boa vazão, ele se encontra inutilizado. Também foi relatada a paralisação de obras por conta da baixa altura da rede elétrica, além de ferragens expostas em postes e uso inadequado de estruturas elétricas.

Outro ponto levantado foi a dificuldade de acesso ao trator agrícola, que deveria atender várias comunidades, mas está parado por falta de combustível. Segundo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), há apenas um trator em funcionamento no momento.

A comunidade pediu o apoio do MPF na negociação de um pedaço de terra ainda não incorporado ao território, cuja proprietária demonstrou interesse em negociar, e na viabilização da construção de uma escola com quatro salas de aula. Também houve queixas sobre a retirada de uma cancela que dava acesso à parte do terreno.

“Estamos aqui para ouvir, conhecer a realidade de vocês e buscar soluções junto aos órgãos responsáveis. Precisamos priorizar os principais problemas para avançarmos”, afirmou o procurador da República Eliabe Soares, durante a reunião com as lideranças.

Expresso – Na comunidade Mata da Cafurna, o MPF participou do evento Expresso Indígena Quilombola, uma iniciativa da Defensoria Pública do Estado (DPE), que reuniu o apoio do Projeto Mate Masie, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), e do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI AL/SE), além do MPF. A ação levou oficinas e atividades culturais para os moradores, bem como promoveu orientações jurídicas, acompanhamento de processos judiciais e serviços diversos.

Mata da Cafurna Mata da Cafurna Mata da Cafurna

Escola – Na aldeia Serra do Capela, o MPF vistoriou uma escola em construção. As lideranças apontaram problemas como janelas desalinhadas, piso do pátio com escoamento inadequado, encostas próximas à edificação e postes desnivelados, o que pode representar risco à segurança. Foi solicitada a presença de um engenheiro para avaliar a estrutura antes da inauguração.

Serra do Capela Serra do Capela Serra do Capela

Território – Encerrando a agenda, o MPF coordenou uma visita técnica à região do Projeto Bálsamo, com a participação de representantes do Governo de Alagoas, da Funai e da Secretaria Municipal de Assistência, Inclusão e Desenvolvimento Social de Palmeira dos Índios. O objetivo foi verificar a área que será destinada provisoriamente para reassentar 17 famílias da Comunidade Pankaxuri, que atualmente vivem em casas alugadas na área urbana de Palmeira dos Índios.

O presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), Jaime Silva, explicou que cerca de 8 hectares serão cedidos pelo governo estadual, permitindo que os indígenas retomem sua vida comunitária, preservando seus costumes e tradições. A cessão do imóvel se dará de forma temporária até que uma solução definitiva seja apresentada pela Funai

“Essa solução foi construída a partir de uma decisão judicial proferida em um processo de reintegração de posse que tramitou na Justiça Federal. Vários órgãos públicos se comprometeram a buscar uma saída que garantisse às famílias um local de moradia e cultivo, em caráter inicial provisório e, posteriormente, definitivo, de modo que possam preservar seus direitos constitucionais”, explicou o procurador Eliabe Soares.

As visitas reforçam o compromisso do MPF com a defesa dos direitos dos povos indígenas e com a fiscalização das políticas públicas voltadas às comunidades tradicionais. As informações colhidas instruirão procedimentos em tramitação no 3⁰ Ofício da Procuradoria da República no Município de Arapiraca (AL) e serão encaminhadas aos órgãos competentes para providências.

 Pankaxuri Pankaxuri Pankaxuri

Imagens.

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Fonte MPF