MPF quer assegurar melhores condições de acesso e de infraestrutura em escolas de assentamentos em Pacajá (PA) — Procuradoria da República no Pará

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Fiscalização de Atos Administrativos

10 de Maio de 2024 às 13h46

MPF quer assegurar melhores condições de acesso e de infraestrutura em escolas de assentamentos em Pacajá (PA)

Alunos enfrentam estradas sem condições de trafegabilidade, veículos de transporte escolar inadequados e precariedade dos espaços físicos

Foto de estrada estreita sem asfalto, coberta por lama, com vegetação nas laterais


Fotos: MPF

O Ministério Público Federal (MPF) entrou com ação civil pública na Justiça Federal para melhorar as condições de acesso e de infraestrutura em escolas municipais em assentamentos em Pacajá, no Pará. As escolas estão em situação precária e as vias de acesso sem condições de trafegabilidade.

Na ação, o MPF pede que a União, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Município de Pacajá sejam condenados a realizar obras emergenciais para garantir condições de trafegabilidade às estradas dos Projetos de Assentamento Rio Bandeira e Cururuí (núcleo J), viabilizando o acesso regular e seguro dos alunos às Escolas Municipais Gildeone Ferreira, Peniel e Recanto do Saber.

A União, conforme o pedido do MPF, deve disponibilizar recursos orçamentários suficientes para as obras, que devem ser iniciadas em 90 dias.

Foto de espécie de casa de madeira, com aberturas em um dos lados, sem portas ou janelas, em área ruralTransporte e infraestrutura – A ação civil pública apresentada à Justiça inclui pedido para que o Município de Pacajá seja condenado a regularizar o transporte escolar, disponibilizando meio de locomoção adequado e seguro, e a promover ações emergenciais para garantir infraestrutura mínima aos espaços físicos das três escolas.

Anteriormente, o MPF havia recomendado ao superintendente regional do Incra, ao prefeito e ao secretário municipal de Educação de Pacajá que tomassem medidas imediatas devido à urgência da situação, mas a recomendação foi rejeitada, citando falta de orçamento. A Secretaria Municipal de Educação informou ter entrado com medidas para melhorar as condições, mas, em fiscalização este ano no local, o MPF não encontrou nenhuma melhoria.

Entre as precariedades identificadas nas Escolas Municipais Gildeone Ferreira e Peniel, do Projeto de Assentamento (PA) Rio Bandeira, e Recanto do Saber, do núcleo J do PA Cururuí, estão o desgaste da infraestrutura dos prédios, com pisos de areia e barro que contribuem para o acúmulo de sujeiras. Faltam banheiros, os educadores e alunos são orientados a fazerem as necessidades fisiológicas na mata, e não há rede de água ou de esgotamento sanitário.

Foto de caminhonete velha com estrutura precária de madeira na carroceria, suja de lama, em área ruralO transporte escolar é outro problema: duas caminhonetes velhas e sem cintos de segurança ou bancos realizam o transporte para as escolas, pondo em risco os alunos, numa longa viagem que geralmente é preciso ser feita de madrugada para que os jovens cheguem a tempo, pegando estradas de acesso para chegar à escola que estão em péssimo estado de trafegabilidade.

A procuradora da República Manoela Lamenha, autora da ação, ressalta que o direito à educação das crianças e jovens dos assentamentos vem sendo desrespeitado e que a permanência dos alunos nas escolas fica comprometida diante de tamanhas dificuldades. “Os problemas de infraestrutura das instalações físicas, as deficiências da merenda escolar e, principalmente, o inadequado transporte escolar oferecido em estradas perigosas e praticamente inacessíveis impedem o comparecimento dos alunos à sala de aula”, afirmou a procuradora, na ação apresentada à Justiça.

Ação Civil Pública nº 1001947-83.2024.4.01.3907

Consulta processual

Ministério Público Federal no Pará

Assessoria de Comunicação

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Fonte MPF