MPF promove audiências públicas no interior de Pernambuco para discutir situação da educação básica — Procuradoria da República em Pernambuco

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Fiscalização de Atos Administrativos

28 de Maio de 2024 às 12h25

MPF promove audiências públicas no interior de Pernambuco para discutir situação da educação básica

Foram abordados desvalorização dos professores, acolhimento de alunos com deficiência e infraestrutura das escolas, entre outros temas

mulher de pé fala voltada para centenas de pessoas sentadas


Foto: Ascom/PRPE

As cidades pernambucanas de Machados e São Vicente Férrer, situadas no Agreste do estado, foram palco de escutas públicas em que se discutiu, no último dia 22, a qualidade da educação básica nesses municípios. A iniciativa integra o projeto Ministério Público pela Educação (MPEduc), promovido em todo país pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelos Ministérios Públicos nos estados.

Conduzidas pela procuradora da República Natália Lourenço Soares, que coordena o projeto em Pernambuco, as audiências tiveram a participação de alunos, professores, pais, mães, do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), das prefeituras, de conselhos de Educação e de Alimentação Escolar, entre outros representantes da sociedade e do Poder Público.

Os eventos foram iniciados com a apresentação dos resultados das vistorias em escolas das duas cidades, realizadas em 15 de maio, como etapa preliminar do MPEduc. Os relatórios indicaram como principais problemas gerais a precariedade do transporte escolar, ausência de laboratórios de informática, falta de espaços adequados para recreação, alimentação e prática de esportes, entre outros déficits nas estruturas físicas das escolas.

Em Machados, o evento reuniu cerca de 200 pessoas no pátio da Escola Municipal Major João Marques de Oliveira. Também esteve presente o promotor de Justiça Rodrigo da Silva Santos. Para a secretária de Educação daquele município, Maria Rodrigues Fernandes, o MPEduc vem trazer novas ideias no sentido de fortalecer as políticas públicas da área. Segundo ela, a partir do relatório da vistoria, algumas medidas já foram implementadas, como a disponibilização de água mineral em todas as escolas e o planejamento para implantar salas de informática naquelas que já dispõem de espaço para acomodar a atividade.

Professores desvalorizados – Os cerca de 100 participantes da audiência pública em São Vicente Férrer, reunidos no auditório da Escola de Referência Coronel João Francisco, reivindicaram principalmente a valorização dos professores, cujos salários são inferiores ao piso nacional do magistério. Alguns dos profissionais de educação presentes alegaram ganhar menos de R$ 3 mil. O valor mínimo estabelecido pelo Governo Federal para o salário de um professor da educação básica é R$ 4.580,00.

Outros pontos debatidos foram a baixa oferta de frutas na merenda escolar, bem como a falta de pessoal capacitado e infraestrutura para acolhimento de estudantes com deficiência.

Segundo a procuradora da República, o MPEduc não tem um caráter punitivo. “O projeto tem como característica a parceria. Procuramos somar esforços para a melhoria na educação”, explicou aos presentes. Após o diagnóstico feito com base nas vistorias e audiências públicas, MPF e MPPE poderão expedir recomendações para adoção de melhorias pelas prefeituras. Natália Soares informou ainda que uma segunda escuta pública será promovida nos municípios, no segundo semestre, para se verificar o avanço na promoção das soluções indicadas.

O projeto – O MPEduc tem como objetivos principais fiscalizar a execução de políticas públicas de educação; verificar a existência e efetividade dos conselhos sociais com atuação na área de educação; e levar ao conhecimento do cidadão informações essenciais sobre seu direito a uma educação de qualidade e seu dever para que esse serviço seja adequadamente oferecido.

Na fase atual, o MPEduc está sendo implementado em 27 municípios brasileiros, de até 100 mil habitantes, escolhidos como pilotos. A execução dos pilotos é uma das etapas de um projeto estratégico que visa reestruturar a iniciativa e atualizar a metodologia de modo a fomentar uma atuação coordenada, integrada e dialogada pelos membros do Ministério Público no âmbito da educação básica. A previsão é de que o programa reformulado seja lançado oficialmente em abril de 2025.

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Fonte MPF