MPF pede que Iphan avalie decisão da prefeitura de SP sobre obra do Exército próxima a área tombada no Ibirapuera — Procuradoria da República em São Paulo

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Patrimônio Público e Patrimônio Cultural

24 de Março de 2025 às 19h58

MPF pede que Iphan avalie decisão da prefeitura de SP sobre obra do Exército próxima a área tombada no Ibirapuera

Construção de edifício da Força Armada supera altura máxima permitida no entorno do complexo esportivo localizado na zona sul da capital

imagem aérea mostra ginásio esportivo, um estádio e piscina com arquibancadas


Complexo Esportivo do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo (imagem: Governo de SP)

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) delibere e comunique de imediato à prefeitura de São Paulo a decisão que tomar sobre as restrições de construção no entorno do Complexo Esportivo do Ibirapuera, na capital paulista. O assunto está previsto na pauta de uma reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan marcada para esta terça-feira, 25, e pode levar à suspensão de uma obra que o Exército realiza na área. A Força Armada está construindo um edifício residencial com 45 metros, altura em desacordo com os 15 metros máximos permitidos no processo de tombamento para os arredores do centro esportivo.

O Conselho debaterá a questão a partir de uma impugnação que o Exército apresentou alegando estar amparado por uma autorização do próprio Iphan de 2023 para a obra. O MPF pede que todos os conselheiros sejam informados do teor da recomendação na abertura do encontro, antes do início de qualquer deliberação. Caso o colegiado decida desfavoravelmente à Força Armada, a prefeitura deve ser prontamente notificada sobre os limites de edificação no entorno do complexo esportivo e suspender, em até 48 horas, a validade do documento que autorizou a obra do Exército.

O Termo de Consentimento para Atividade Edilícia Pública (TCAEP) da administração municipal que permitiu a construção foi emitido em 18 de novembro de 2024. O tombamento da área foi publicado no Diário Oficial dias depois, em 9 de dezembro, mas a decisão apenas confirmou as restrições de altura vigentes desde novembro de 2021, quando o Iphan declarou o tombamento provisório do centro esportivo.

A proteção dos bens histórico-culturais inclui o Ginásio Geral José de Almeida, o Estádio Ícaro de Castro Mello, o Centro Aquático Pompeu de Toledo e o Ginásio Mauro Pinheiro, que formam o Complexo Esportivo do Ibirapuera. As limitações para construção nos arredores abrangem toda a área da Base de Administração e Apoio do Ibirapuera, do 8º Batalhão de Polícia e do Conjunto Residencial do Ibirapuera, unidades sob responsabilidade do Exército.

Por fim, o MPF requisita o recebimento de informações sobre as providências adotadas pelo Conselho em até 24 horas após o encerramento da reunião desta terça, com o envio da ata do encontro contendo o resultado da deliberação sobre o assunto. O não cumprimento da recomendação poderá acarretar medidas judiciais e extrajudiciais.

O assunto chegou ao MPF após uma representação protocolada pela Associação de Moradores da Vila Mariana, bairro vizinho ao complexo esportivo. A titular do inquérito civil sobre o caso é a procuradora da República Suzana Fairbanks Lima de Oliveira. O número do procedimento é 1.34.001.002274/2025-56.

Leia a íntegra da recomendação do MPF

Ministério Público Federal (MPF)
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Fonte MPF