MPF participa de vistoria em unidade do Complexo do Curado, no Recife — Procuradoria da República em Pernambuco

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Sistema Prisional

5 de Agosto de 2024 às 11h42

Conselho Penitenciário: MPF participa de vistoria em unidade do Complexo do Curado, no Recife

Inspeção foi a sexta realizada, este ano, por integrantes do Copen/PE

Foto mostra três mulheres conversando com homens dentro de cela.


Foto: Comunicação/MPF

O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco (PE) participou, como integrante do Conselho Penitenciário do estado (Copen/PE), de vistoria no Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (PJJALB), realizada no último dia 30. A unidade integra o Complexo do Curado – antigo Aníbal Bruno -, que concentra quatro presídios, no Recife.

A procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes, que representa o MPF no conselho, participou da inspeção. Essa foi a sexta unidade prisional vistoriada pelo colegiado este ano. Já passaram pela inspeção o Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga, o Presídio de Igarassu, a Penitenciária Feminina de Abreu e Lima, o Presídio Frei Damião de Bozzano (PFDB), que também é parte do Complexo do Curado, e a Colônia Penal Feminina Bom Pastor.

O PJJALB tem atualmente 464 vagas ocupadas, de um total de 901, segundo dados do governo do Estado. Em 2021, a unidade foi interditada a partir da atuação da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça, que monitora o cumprimento da decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Esse organismo internacional condenou o Brasil, em 2014, pelas condições degradantes de superlotação carcerária no Complexo Prisional do Curado. À época da interdição, o PJALLB abrigava cerca de 2,5 mil internos.

A adoção de medidas nas áreas judiciais e administrativas reduziu a população carcerária. O Copen verificou, porém, que nem todas as vagas ociosas podem ser usadas, situação similar a de outras unidades prisionais vistoriadas. Os motivos são, entre outros, a impossibilidade de convivência de certos internos em um mesmo espaço, pelo risco de conflito, e o baixo efetivo policial. No PJALLB, são apenas 12 policiais penais por plantão, número que se reduz quando os servidores estão em algum tipo de afastamento.

Integrantes do Conselho PenitenciárioA vistoria também constatou a ocorrência de internos presos por muito tempo ainda sem o julgamento dos respectivos casos. Outra questão que persiste é a figura do “chaveiro”: um interno que faz a gestão dos pavilhões em troca de privilégios. Em uma das celas destinadas a esse interno, o Copen verificou a existência de TV de tela plana, geladeira, gelágua e banheiro exclusivo. Identificou-se também que foram desinstaladas as estruturas que ofereciam possibilidade de trabalho aos presos.

Na vistoria, os integrantes do conselho conheceram a escola pública que existe na unidade, com 140 alunos matriculados. Outro aspecto positivo foi a biblioteca do PJALLB, que conta com 4.415 títulos e programa para remição da pena mediante a leitura.

Relatórios – Nas inspeções do Copen, são colhidas informações sobre a infraestrutura física e de serviços de cada unidade prisional. Os relatórios com o resultado são encaminhados aos órgãos competentes do Governo de Pernambuco e ao Poder Judiciário. A condução é feita pelo presidente do colegiado, o advogado Jorge Neves.

No PJALLB, além da procuradora da República, participaram o defensor público da União Gustavo Hahnemann e o defensor público do Estado de PE Michel Nakamura, bem como os advogados Maurício Bezerra, Albenice Gonçalves e Mônica Megale, todos membros do conselho.

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Fonte MPF