MPF participa de seminário do Projeto Sankofa e Roda de Conversa na Bienal do Livro — Procuradoria da República em Alagoas

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Direitos do Cidadão

4 de Novembro de 2025 às 9h33

MPF participa de seminário do Projeto Sankofa e Roda de Conversa na Bienal do Livro

Capitaneados pelo Projeto Nosso Chão Nossa História, eventos destacaram o papel da escuta, da memória e do cuidado na reconstrução dos laços comunitários

registro fotográfico das participantes do evento Sankofa


Foto: Comunicação UNOPS

O Ministério Público Federal (MPF) participou, nos dias 30 de outubro e 1º de novembro, de dois encontros que reafirmaram o compromisso das instituições envolvidas na reparação dos danos causados pelo afundamento do solo em Maceió/AL. Os eventos — o Seminário de Encerramento do Projeto Sankofa, integrante do Programa Nosso Chão, Nossa História, e a Roda de Conversa na 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas — reuniram representantes do Comitê Gestor de Danos Extrapatrimoniais (CGDE), do UNOPS (Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos), de entidades parceiras e de comunidades atingidas.

Sankofa

O Seminário Sankofa, realizado no Recanto Coração de Jesus, marcou a culminância de um ciclo formativo voltado à formação de agentes comunitários em apoio psicossocial. A iniciativa, implementada pela FEPESA, teve como objetivo fortalecer a saúde mental das pessoas e reconstruir vínculos afetivos e identitários nas comunidades atingidas pelo desastre. Durante o evento, a procuradora da República Juliana Câmara representou o MPF e destacou a importância de se reconhecer a dimensão humana da reparação.

“O afundamento do solo não provocou apenas o deslocamento físico de famílias e a perda de moradias. Ele provocou um abalo profundo nas dimensões emocionais e simbólicas da existência”, afirmou a procuradora. “A reparação verdadeira não se faz apenas com reconstruções físicas, mas também com gestos de humanidade, com o resgate da memória e com o fortalecimento da identidade cultural das comunidades atingidas”, completou.

Um dos momentos mais comoventes do Seminário foi o depoimento de Roberta Santos, apoiadora psicossocial formada pelo Projeto Sankofa e ex-moradora do bairro Pinheiro. Roberta emocionou o público ao relatar como o desastre desfez laços de convivência e pertencimento. “Ela arrancou lágrimas de toda a plateia ao descrever como o desastre afetou os laços comunitários daquele território e as vidas das pessoas que ali compartilhavam seus saberes, haveres e afetos”, relatou Juliana Câmara.

Bienal

A programação do evento incluiu ainda o lançamento do Álbum Afetográfico, uma coletânea de relatos, imagens e narrativas que registram, de forma sensível, as vivências e potências das comunidades atingidas — além de apresentações culturais, como o tradicional coco de roda, expressão de resistência e identidade coletiva.

Dois dias depois, na Bienal Internacional do Livro de Alagoas, o Programa Nosso Chão, Nossa História promoveu a Roda de Conversa “Reparação de Danos Morais Coletivos: Caminhos e Perspectivas”, que reuniu novamente representantes do MPF, do CGDE e do UNOPS para dialogar com o público sobre reparação de danos morais coletivos, racismo socioambiental e participação social.

Bienal

Durante o encontro, a procuradora Juliana Câmara abordou a atuação do MPF na defesa dos direitos extrapatrimoniais das comunidades atingidas, relatando todo o caminho trilhado pelo órgão para conceber o modelo de reparação que envolveu a criação de um Comitê Gestor e a contratação de uma entidade com expertise para fazer a gestão executiva e financeira dos projetos selecionados pela comunidade. A roda contou também com as falas de Dilma de Carvalho, presidente do CGDE, e de Bernardo Bahia, gerente de projetos do UNOPS, que destacou os próximos passos das ações de reparação conduzidas em parceria com o comitê e o MPF.

Os dois eventos — distintos em formato, mas complementares em propósito — evidenciaram o quanto a justiça e o cuidado caminham juntos na reconstrução de vidas e territórios. O MPF destaca seu compromisso com uma reparação que reconheça não apenas as perdas materiais, mas também o impacto emocional, social e simbólico sofrido por milhares de maceioenses.

 

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Fonte MPF