MPF participa de ato que marca uma década do rompimento da barragem de Fundão (MG) — MPF-MG de 1º grau

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Meio Ambiente e Direitos do Cidadão

10 de Novembro de 2025 às 10h5

MPF participa de ato que marca uma década do rompimento da barragem de Fundão (MG)

Ato realizado em Bento Rodrigues, subdistrito devastado pela lama, lembra vítimas, marca a luta e exige celeridade na execução do novo acordo

Cortejo com dezenas de pessoas, algumas carregando uma grande cruz de madeira e outras segurando pequenas cruzes brancas, em ato. Ao fundo, faixa com fotos e árvores.


Foto: Arquivo pessoal

O Ministério Público Federal (MPF) participou, na última quarta-feira (5), do ato solene que marcou os dez anos da tragédia-crime do rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana (MG). O evento ocorreu no antigo distrito de Bento Rodrigues – a primeira comunidade devastada pela lama –, e reuniu moradores do antigo Bento e municípios vizinhos, lideranças comunitárias, ativistas e representantes de instituições de Justiça, como o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). 

As atividades tiveram início pela manhã na Capela de Nossa Senhora das Mercês, no antigo Bento. Construçãofoto mostra interior da capela, com várias pessoas sentadas, durante ato colonial do século XVIII, a capela, por estar em uma região alta, foi poupada pela avalanche de rejeitos e serviu como ponto de encontro para os sobreviventes na ocasião do rompimento. Em homenagem às vítimas fatais, cruzes com os nomes das 19 pessoas que morreram na tragédia foram colocadas na fachada da capela. 

Após a celebração, os participantes carregaram uma cruz de cerca de sete metros de altura, em uma caminhada até o local onde era a praça central do antigo Bento, hoje coberta pelo rejeito e cercada pelas ruínas das casas e pequenos comércios da comunidade. Lá o grupo ergueu e fincou a cruz no local, instalando ao seu redor as cruzes com os nomes das pessoas que morreram no desastre. 

O ato foi seguido pela leitura emocionada de um manifesto pela presidente da Comissão de Atingidos da Barragem de Fundão (CABF), Mônica Santos. No texto, a comissão cobrou agilidade nas reparações do novo acordo e provocou reflexões sobre os impactos negativos da mineração. Ao término da solenidade, 200 balões biodegradáveis com sementes de girassóis foram soltos no ar, em mais um gesto de homenagem às vítimas. 

Representando o MPF na solenidade, o procurador da República Eduardo Henrique de Almeida Aguiar prestoufoto mostra um homem de pé, falando ao microfone, dentro da capela, enquanto outras pessoas sentadas o escutam solidariedade aos atingidos e reforçou o papel do MPF na busca da reparação integral, acompanhando a execução das diversas ações previstas no Novo Acordo do Rio Doce. O órgão também busca a responsabilização penal dos envolvidos, tendo apresentado recurso contra sentença que absolveu empresas e executivos das acusações criminais relacionadas ao rompimento da barragem. Atualmente, o recurso está pendente de julgamento no Tribunal Regional Federal da 6ª Região. 

Como participante do Novo Acordo do Rio Doce, assinado em outubro de 2024, o MPF reafirma seu compromisso pela justiça social, ambiental e a recuperação integral dos direitos violados pelo rompimento da barragem de Fundão, uma das maiores tragédias socioambientais da história brasileira.

 *Com informações do MPMG

Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal em Minas Gerais
Tel.: (31) 2123-9008
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Fonte MPF