MPF participa de ação educativa de combate à violência contra a mulher com trabalhadores da construção civil em João Pessoa (PB) — Procuradoria da República na Paraíba

0
29

Direitos do Cidadão

19 de Agosto de 2025 às 20h45

MPF participa de ação educativa de combate à violência contra a mulher com trabalhadores da construção civil em João Pessoa (PB)

Iniciativa faz parte das ações do Agosto Lilás, campanha de enfrentamento à violência de gênero

Foto mostra a procuradora Janaina Andrade ao microfone


Foto: Ascom TJPB

Trabalhadores da construção civil em João Pessoa receberam, nesta terça-feira (19), a visita de representantes do Poder Judiciário estadual, da Polícia Civil, dos Ministérios Públicos Federal, Estadual e do Trabalho e do Sindicato da Construção Civil da Paraíba (Sinduscon). Eles participaram de uma ação educativa voltada à conscientização de homens sobre a importância do combate à violência contra a mulher.

A iniciativa faz parte também das ações do Agosto Lilás, campanha de enfrentamento à violência de gênero e a divulgação da Lei Maria da Penha, que mobiliza todo o Brasil, durante o mês de agosto. O projeto tem o apoio da coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça da Paraíba, tendo à frente a juíza Graziela Queiroga.

A magistrada destacou que a realização da roda de conversa em canteiros de obras foi escolhida de forma estratégica por ser um ambiente majoritariamente masculino, mesmo com o aumento da presença de mulheres nesses locais de trabalho, além de reforçar a necessidade de se promover o respeito mútuo e a igualdade de gênero.

“Aqui o alicerce é o respeito. Nesta ação nos canteiros de obra objetivamos conscientizar, não só os trabalhadores, mas também os donos, os empresários a manterem em seus calendários, em seus eventos, conversas sobre este tema relevante, cujos dados alarmantes demonstram a necessidade de se discutir em todas as camadas sociais o combate à violência contra a mulher”, ressaltou a magistrada.

A coordenadora comentou, ainda, que a conversa é conduzida por policiais civis homens, que atuam nas delegacias especializadas de atendimento à mulher, ocasião em que dão informações sobre os diferentes tipos de violência doméstica e familiar e como funciona o atendimento às vítimas nas delegacias especializadas. “A proposta é que os participantes tenham acesso ao conteúdo e também levem o que foi discutido para seus lares e comunidades, atuando como multiplicadores da informação”, reforçou a juíza Graziela Queiroga.

Representando o Ministério Público Federal, a procuradora regional dos Direitos do Cidadão Janaína Andrade abordou a mobilização para combater a violência contra a mulher, enfatizando que este tipo de violência é um problema multifacetado (jurídico, econômico, social e político), que exige ação conjunta de órgãos e sociedade. “Há a necessidade de mudar a cultura machista e patriarcal através de educação e conscientização, incluindo a comunicação em espaços tradicionalmente masculinos”, reforçou.

 Para a procuradora, o evento se mostra de grande relevância para ajudar a reduzir os números de feminicídios. “Que se possa refletir o papel de marido, companheiro, namorado, tio, avô, irmão e sobretudo como cidadão e seu papel na sociedade. Desconstruir estereótipos como: homem não vai ao médico. Tratar de masculinidades também foi visto como forma de reduzir a violência contra a mulher”, finalizou a procuradora.

Segundo a promotora de Justiça Rhomeika Porto, a ação no canteiro de obras, “busca educar e conscientizar, especialmente homens, sobre a igualdade de direitos, respeito às mulheres e a importância de combater a violência”, comentou.

Por sua vez, a coordenadora das delegacias especializadas de atendimento à mulher (Deams), delegada Maria Sileide de Azevedo, destacou a importância do diálogo sobre o tema. “É necessário conscientizar sobre o papel de cada indivíduo e mostrar que homens e mulheres precisam trabalhar juntos para combater a violência”.

O empresário Roberto Gadelha, do grupo Delta, compartilhou a experiência da empresa em capacitar mulheres para trabalhar em um ambiente tradicionalmente masculino, destacando a importância de mudar comportamentos e educar para o respeito. Ele expressou a satisfação em receber o projeto e propôs replicar as palestras em outros canteiros, oferecendo uma agenda contínua para reforçar a conscientização.

O procurador do Ministério Público do Trabalho Raulino Maracajá ressaltou a importância de discutir a violência contra a mulher no setor da construção civil, buscando o engajamento social. “O objetivo é conscientizar homens, pais, irmãos e avôs, sobre os malefícios e prejuízos da violência, lembrando que ela ocorre em diversos ambientes, inclusive no trabalho, e que eles podem ser agentes de mudança”, pontuou.

Por fim, o vice-presidente de Relações Trabalhistas do Sinduscon-JP, Ovídio Maribondo, salientou que o sindicato atua na divulgação da campanha, conectando entidades e programas aos canteiros de obras e empresas, onde há grande concentração de trabalhadores homens, visando aumentar a conscientização, melhorar a saúde mental e social dos trabalhadores, e reduzir os índices de violência.

Agosto Lilás – Durante todo o mês, as sedes do MPF na Paraíba ficarão iluminadas na cor lilás, como forma de lembrar a campanha do Agosto Lilás, que segundo destaca a procuradora Janaina Andrade, é uma iniciativa que se alinha ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5 da ONU, que busca engajar a sociedade na luta pela igualdade de gênero, incluindo ações para combater a violência contra mulheres e meninas nas esferas pública e privada.

O MPF, em parceria com o MPPB, vem oficiando órgãos para implantação de bancos vermelhos no combate à violência contra a mulher. No mês de julho, o MPF implementou os bancos nas sedes de João Pessoa e Campina Grande.

 

Assessoria de Comunicação
Ministério Público Federal na Paraíba
Telefone fixo: (83) 3044-6222
WhatsApp: (83) 9.9132-6751 (exclusivo para atendimento a jornalistas – das 10h às 17h)
Telefone para atendimento ao cidadão em geral: (83) 9.9108-0933 (das 7h às 17h)
Twitter: @MPF_PB
Youtube: MPFPB

Fonte MPF