MPF instaura procedimento para apurar se houve vazamento de informações no âmbito da PF — Procuradoria da República no Rio de Janeiro

MPF instaura procedimento para apurar se houve vazamento de informações no âmbito da PF

Informações sigilosas chegaram ao conhecimento indevido do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, preso esta semana pela Operação Unha e Carne

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou, nesta sexta-feira (5), um procedimento investigatório Criminal (PIC) para apurar se houve participação de agentes da Polícia Federal no vazamento de informações sigilosas da Operação Zargun. Nesta semana, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, foi preso pela Operação Unha e Carne, que investiga esses vazamentos. 

O procedimento do MPF, instaurado pelo coordenador do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial no Rio de Janeiro, Eduardo Benones, busca “apurar os fatos narrados, relacionados à suspeita de prática, em tese, por policiais federais, dos crimes de obstrução da justiça, previsto na Lei nº 15.245/2025, e de violação de segredo profissional, previsto no Código Penal, bem como outras eventuais condutas criminosas que venham a ser identificadas no curso das investigações”.

O documento sustenta que o sigilo intrínseco às operações policiais desta natureza sugere um vazamento primário de dentro da Polícia Federal – pouco importando o autor do vazamento secundário e os fins a que se destinou. O PIC também aponta que os acontecimentos revelam possível reincidência de policiais da Polícia Federal no que se refere ao vazamento de informações sigilosas, especialmente diante de fatos passados já investigados pelo MPF.

Para iniciar a investigação, o MPF expediu ofício à Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro requisitando cópia do auto de prisão relativo a Rodrigo Bacellar e Thiego Raimundo dos Santos Silva (TH Joias), presos na Operação Zargun. 

Entenda o caso – Na última quarta-feira (3), o deputado estadual e presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, foi preso preventivamente pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Unha e Carne, que apura o vazamento de informações sigilosas relacionadas à Operação Zargun. 

Rodrigo Bacellar é suspeito de repassar ao ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias, informações relativas à expedição de mandado de prisão preventiva em seu desfavor. 

A partir desses fatos, o MPF considerou necessária a instauração de investigação para apurar a participação de policiais federais nas ilegalidades praticadas, relativas ao vazamento de informações sigilosas.