Direitos do Cidadão
12 de Dezembro de 2025 às 13h35
MPF inaugura em Porto Alegre (RS) Banco Vermelho contra a violência à mulher
Ação simbólica ocorreu em frente à sede da capital e marcou o encerramento do calendário nacional de 2025 de oficinas “Maria Vai com as Suas?”

Fotos: Comunicação MPF
O MPF no Rio Grande do Sul encerrou o calendário nacional de 2025 das oficinas de enfrentamento às violências contra as mulheres “Maria Vai com as Suas?” com a inauguração simbólica do Banco Vermelho na entrada principal da sede, na capital. O ato, realizado nesta quinta-feira (11), alinhado com as ações dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim das Violências Contra as Mulheres, reforça o compromisso do MPF/RS em promover a reflexão e o combate ao feminicídio.
O procurador-chefe substituto da Procuradoria da República no RS (PR/RS), Harold Hoppe, destacou que a relevância das duas iniciativas – a adesão da PR/RS ao projeto Banco Vermelho e a realização das oficinas – é um passo importante do MPF na articulação de uma rede de apoio e conscientização contra a violência de gênero. Também participaram as procuradoras Suzete Bragagnolo e Ana Paula Carvalho de Medeiros, integrantes da Comissão de Gênero e Raça.
Conduzida pela servidora Lisane Berlato, chefe da SAC e idealizadora do projeto, a etapa gaúcha da oficina em 2025 encerrou o circuito nacional do ano. Durante três dias (de 9 a 11 deste mês), mulheres que trabalham no MPF e em diversos órgãos públicos com sede em Porto Alegre, como Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Tribunal de Justiça do RS, Justiça Federal, Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Tribunal Regional Eleitoral-RS, Tribunal Regional do Trabalho – RS e Ministério Público Estadual, estiveram reunidas. As atividades incluíram momentos de muita escuta, troca, acolhimento e reflexão.
Os dados estatísticos reforçam a urgência dessas iniciativas. De janeiro a setembro deste ano, o Rio Grande do Sul registrou 57 feminicídios, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, embora o levantamento da Lupa Feminista aponte 72 casos. O cenário nacional é igualmente grave: o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher 2025 indica que, em 2024, o Brasil contabilizou 1.450 feminicídios, além de uma média diária de 196 estupros, totalizando 71.892 casos. Alarmantes 71,6% das ocorrências de violência em 2023 aconteceram dentro de casa, e em 76,6% dos registros o agressor é um homem, sublinhando que o ambiente doméstico é, muitas vezes, um espaço de alto risco para as vítimas.
O Banco Vermelho – A instalação do Banco Vermelho na PR/RS é a materialização de um convite à reflexão: “Neste banco poderia ter uma mulher exercendo sua cidadania”. O projeto surgiu na Itália, em 2016, e foi trazido ao Brasil em 2023 por iniciativa de duas pernambucanas. Consiste na instalação de bancos vermelhos em espaços públicos com frases de impacto e informações sobre canais de ajuda, visando prevenir, conscientizar e proteger a vida de mulheres, missão do Instituto Banco Vermelho. A importância da iniciativa foi reconhecida com a inclusão formal do banco vermelho nas ações e campanhas relacionadas ao Agosto Lilás (mês de conscientização para o fim da violência contra a mulher) pela Lei Federal nº 14.942/2024, de 31 de julho de 2024. A ação na PR/RS integra a campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, um movimento iniciado pelo Conselho Nacional de Justiça, que se inspira nos 16 Dias de Ativismo de âmbito mundial, movimento intitulado de “as mariposas” em homenagem às irmãs Mirabal, assassinadas em 1960 na República Dominicana.
O projeto “Maria Vai com as Suas?” – Nascido na PR/RS em 2018, o projeto expandiu-se e, em 2025, realizou um circuito nacional, com a primeira edição sediada na Procuradoria da República no Tocantins em agosto, depois passando por Acre, Paraná e Roraima. As oficinas já foram realizadas nas PRR1, PRR4, PR/AM, PRM Tabatinga, PGR, PR/RJ e PR/PB. A iniciativa envolveu a parceria de integrantes de outras unidades: Patrícia Alves (PGR), Anna Thereza de Araújo Costa (PRR1) e Carolina Azevedo Torres (PR/PB). A iniciativa é realizada com o apoio da Comissão Nacional de Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação (CNPEAD) e do Comitê Gestor de Gênero e Raça (CGGR) do MPF.
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Fonte MPF

