Indígenas
11 de Abril de 2025 às 19h5
MPF encerra participação no Acampamento Terra Livre e reforça o compromisso pela proteção dos direitos indígenas
Tenda do órgão no acampamento estreitou o diálogo entre MPF e indígenas. Demandas apresentadas serão encaminhadas para membros de todo o país

Foto: Leobark/Comunicação/MPF
O Ministério Público Federal (MPF) encerrou sua participação no Acampamento Terra Livre 2025 (ATL), nesta sexta-feira (11), reafirmando o compromisso com os direitos dos povos indígenas e com a escuta ativa de suas demandas. Neste ano, o MPF contou com uma tenda própria no ATL, o que possibilitou aos procuradores e procuradoras dialogarem de forma mais próxima com lideranças e indígenas de todo o país. Durante cinco dias o ATL reuniu, no coração de Brasília, milhares de indígenas de diferentes etnias, além de organizações indigenistas e parceiros institucionais.
Na plenária de encerramento do evento, a coordenadora da Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais (6CCR) do MPF, subprocuradora-geral da República Eliana Torelly, destacou a importância da presença institucional do MPF no evento que reuniu cerca de sete mil indígenas de todo o país. “Para nós foi um grande aprendizado a oportunidade de receber os povos dentro de um contexto favorável a eles”, afirmou.
Foram realizadas pelo menos 10 reuniões do MPF com representantes indígenas e entidades representativas nos cinco dias de evento. As pautas incluíram temas cruciais como demarcação de terras, desintrusão de territórios, acesso a benefícios sociais, garantia de direitos básicos de saúde e educação, e denúncias de violações de direitos humanos. A escuta qualificada dessas pautas será essencial para o encaminhamento das demandas aos membros do MPF com atuação local.
A subprocuradora-geral da República esclareceu que todas as denúncias e reivindicações recebidas serão encaminhadas aos membros do MPF em todo o território nacional. “Esperamos que, no ano que vem, a gente possa estar aqui novamente como apoiador do movimento indígena e como órgão que, pela Constituição Brasileira, é também responsável pela proteção dos direitos indígenas”, completou.
Voz de resistência – Eliana Torelly também prestou uma homenagem à deputada federal e liderança indígena Célia Xakriabá, após a parlamentar sofrer agressões na noite desta quinta-feira (10), durante marcha dos indígenas contra a Lei 14.701/2023, que prevê o marco temporal para a demarcação de terras indígenas. Segundo informações da Agência Brasil, Xakriabá denunciou atos de violência policial ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Torelly solidarizou-se com a deputada e destacou seu papel fundamental como liderança indígena. “Deixo minhas homenagens à deputada, meu carinho e reconheço ela como liderança das mulheres indígenas e das mulheres brasileiras também, porque a voz feminina tem que ser ouvida em todos os espaços”, concluiu.
Fonte MPF