MPF e órgãos públicos fazem contraproposta de R$ 109 bilhões a mineradoras para reparar danos — MPF-MG de 1º grau

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Meio Ambiente

6 de Junho de 2024 às 19h29

Caso Samarco: MPF e órgãos públicos fazem contraproposta de R$ 109 bilhões a mineradoras para reparar danos

Ideia é que valor seja pago pelas mineradoras responsáveis pelo rompimento da Barragem de Fundão para financiar medidas reparatórias

Arte retangular sobre foto de uma poça de água. está escrito caso samarco ao centro, na cor branca.


Arte: Comunicação/PGR

O Ministério Público Federal (MPF), em conjunto com outros órgãos públicos federais e estaduais, apresentou, nesta quinta-feira (6), uma contraproposta no valor de R$109 bilhões para que seja celebrado um acordo com as mineradoras (Samarco, Vale e BHP) responsáveis pelo rompimento da Barragem de Fundão, em 2015. A tragédia, ocorrida há mais de oito anos, resultou na morte de 19 pessoas e deixou profundos danos socioambientais e econômicos em diversas cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo.

A contraproposta foi apresentada ao Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6) – órgão responsável por conduzir as negociações – e prevê que o valor seja pago ao longo de 12 anos. Este prazo considera a proposta original das empresas, para que o repasse dos recursos fosse feito em 20 anos, descontados os oito anos que já se passaram desde a tragédia. De acordo com a petição encaminhada ao TRF6, “o atraso precisa ser considerado no cronograma de pagamento, em respeito aos atingidos”.

Os valores serão integralmente utilizados para financiar medidas reparatórias e compensatórias de caráter ambiental e socioeconômico, que serão assumidas pelo Poder Público a partir da celebração do eventual acordo. Os R$109 bilhões não incluem valores já gastos pelas mineradoras em medidas reparatórias, nem o estimado para a execução de obrigações que permanecerão sob responsabilidade das empresas, como a retirada de rejeitos do Rio Doce.

Para o procurador da República Felipe Augusto de Barros Carvalho Pinto, que atua no caso, a aceitação da nova proposta permitirá a retomada das negociações para repactuar o acordo com as mineradoras, que estão paralisadas desde final do ano passado. Na ocasião, as empresas apresentaram propostas de pagamento bastante inferiores ao necessário para reparar os danos e retrocederam em relação a obrigações que já haviam sido pactuadas.

De lá para cá, novas propostas foram apresentadas em abril e maio, chegando ao valor de R$ 72 bilhões, valor ainda considerado insuficiente pelos entes públicos. Eles calculam que serão necessários R$ 126 bilhões para a plena implantação das reparações e compensações necessárias. Os impactos socioambientais e econômicos afetam 2,5 milhões de pessoas em 49 municípios ao longo do Rio Doce e da região costeira.

*Com informações da AGU

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Fonte MPF