MPF e MPPB oficiam Secretaria de Turismo da Paraíba para implantação de bancos vermelhos em pontos turísticos — Procuradoria da República na Paraíba

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Direitos do Cidadão

7 de Agosto de 2025 às 8h40

Agosto Lilás: MPF e MPPB oficiam Secretaria de Turismo da Paraíba para implantação de bancos vermelhos em pontos turísticos

Iniciativa marca aniversário dos 19 anos da Lei Maria da Penha

Foto mostra um banco vermelho instalado em um shopping


Foto: MPF/PB

Nesta semana em que a Lei Maria da Penha Completa 19 anos, o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público da Paraíba (MPPB) enviaram ofício à Secretaria de Turismo do Estado para implantação de bancos vermelhos no combate à violência contra a mulher nos principais pontos turísticos da Paraíba. A Lei Maria da Penha (nº 11.340/2006) visa coibir e prevenir a violência doméstica e familiar, com mecanismos para proteger a mulher em situação de violência e punição do agressor, inclusive com medidas protetivas de urgência. A lei foi sancionada em 7 de agosto de 2006.

Já implantados nas unidades do MPF em Campina Grande e João Pessoa, o banco é um símbolo internacional da luta contra a violência e o feminicídio. Além de chamar atenção para o tema, funciona também como ponto de informação e reflexão.

bancoOs principais shoppings de João Pessoa, o Manaíra e o Mangabeira, já implantaram os bancos vermelhos. A iniciativa é respaldada pela Lei nº 14.942/2024. Segundo publicação no Instagram oficial dos empreendimentos, “neste Agosto Lilás, os shoppings Manaíra e Mangabeira aderem à campanha promovida pelo Ministério Público Federal, MPPB e TJPB, reforçando o compromisso com a conscientização e o enfrentamento da violência contra a mulher”. O Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB) também implantará em breve o banco vermelho em suas instalações na capital.

Segundo a promotora de Justiça que atua junto ao 1º Juizado de Violência Doméstica de João Pessoa, Rhomeika Porto, a Lei Maria da Penha surgiu “após a luta incansável de uma mulher que lhe deu o nome e de movimentos sociais que fizeram com que o Brasil fosse praticamente forçado a editar uma lei que conferisse maior proteção às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar”. A representante do MP Estadual destacou ainda que “temos muito a conquistar, mas nesses 19 anos já avançamos bastante e, com o foco na educação das próximas gerações quanto ao combate à violência de gênero e pela igualdade de oportunidades e de direitos para homens e mulheres, teremos muito mais a comemorar no futuro que, espero, não esteja tão distante”.

De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no primeiro semestre de 2025, mais de meio milhão de novos processos de violência contra a mulher foram abertos no Brasil, representando 121 novos casos por hora. Ainda segundo o CNJ, de janeiro a junho de 2024, cerca de 494.781 foram registrados, em contraste com 523.656 no mesmo período deste ano, o que representa um aumento de 5,8%. De acordo com o Observatório de Violência Doméstica do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), a Paraíba registrou a concessão de 4.172 medidas protetivas entre janeiro e 16 de junho de 2025, com 3.132 medidas ativas em todo o estado.

A procuradora regional dos Direitos do Cidadão Janaina Andrade ressaltou que o Agosto Lilás é uma iniciativa que se alinha ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5 da ONU, que busca engajar a sociedade na luta pela igualdade de gênero, incluindo ações para combater a violência contra mulheres e meninas nas esferas pública e privada. “É importante destacar que a ideia de mulher como propriedade, típica de sociedades patriarcais, leva à violência, resultando em altas taxas de letalidade contra as mulheres. Na Paraíba, até 31 de julho deste ano, 21 mulheres foram vítimas de feminicídio. Já no recorte da violência sexual, a Paraíba registrou 1.028 casos de estupro em 2024. Para mudar a espiral exponencial de violência contra a mulher, precisamos de um olhar e ações de toda a sociedade“, justificou a procuradora. 

Já a promotora Dulcerita Alves destacou que há leis importantes no combate à violência de gênero, mas que é preciso uma maior divulgação. “O principal da nossa luta é a prevenção e a prevenção só existirá quando todos os agentes de Justiça, a sociedade civil, a população em geral se conscientizarem melhor, através do conhecimento que deve começar na infância, na escola”, disse. A representante do MP Estadual acrescentou afirmando que é preciso que as mulheres ‘virem a chave’, que elas parem de ser vítimas de violência doméstica e se tornem protagonistas da própria vida.

Locais iluminados – A pedido do MPF e do MPPB, órgãos e empresas estão se comprometendo a iluminar prédios, como forma de sensibilizar a sociedade no engajamento pela redução da violência contra a mulher. É o caso dos principais shoppings de João Pessoa, o Manaíra e Mangabeira, que já estão com suas fachadas iluminadas na cor lilás, assim como prédios da Unimed João Pessoa.

Os MPs também enviaram ofícios às prefeituras de Cabedelo, Campina Grande e João Pessoa, que confirmou que o letreiro da cidade, no Busto de Tamandaré, já recebeu a devida iluminação. A sede do Procon Estadual em João Pessoa, assim como os prédios do MPF em João Pessoa, Campina Grande e Sousa também estão iluminados.

De acordo com a promotora de Justiça Liana Espínola, “a cor lilás, historicamente associada à luta das mulheres por direitos e igualdade, transforma os espaços públicos em canais de comunicação, despertando o olhar da população para a necessidade de prevenir, identificar e denunciar situações de violência de gênero. A iluminação especial atua como um lembrete permanente de que esse é um tema que diz respeito a todos e que exige posicionamento ativo, seja por parte do poder público, seja da sociedade civil”.

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Fonte MPF