MPF e Departamento do Tesouro dos Estados Unidos unem esforços para combater crimes ambientais — Procuradoria-Geral da República

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Cooperação Internacional

24 de Maio de 2024 às 9h30

MPF e Departamento do Tesouro dos Estados Unidos unem esforços para combater crimes ambientais

Em evento realizado em Brasília, autoridades abordaram ações conjuntas para enfrentar organizações criminosas transnacionais

Imagem de todos os participantes do encontro sentados em uma mesa em formato de U


Foto: Leobark Rodrigues/Secom/MPF

O Ministério Público Federal (MPF) e o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos estão unindo forças para enfrentar a crescente ameaça dos crimes ambientais na Amazônia e em outros biomas brasileiros. Em encontro realizado esta semana, em Brasília (DF), autoridades dos dois países discutiram estratégias e mecanismos bilaterais disponíveis para impedir e prevenir que organizações criminosas transnacionais explorem os recursos naturais para ganho financeiro.   

O evento, realizado na sede da Procuradoria-Geral da República, reuniu procuradores dos oito estados da Amazônia Legal, bem como representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O foco foi entender os métodos financeiros usados por organizações criminosas para ocultar o dinheiro obtido por meio de crimes ambientais, além de discutir possíveis ações e ferramentas conjuntas para desarticular esses grupos.

Na avaliação do vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, o encontro foi uma oportunidade de estabelecer um diálogo que facilitará o acesso aos instrumentos necessários para combater o fenômeno global da criminalidade organizada que afeta, sobretudo, o meio ambiente. “O crime organizado não encontra mais fronteira e por isso precisamos estabelecer boas relações e uma maior aproximação, a fim de construir caminhos em comum. Sem essa união de esforços entre os sistemas de investigação, enfrentaremos dificuldade para combater esses delitos”, afirmou.

O adido financeiro para a América do Sul do Departamento do Tesouro dos EUA, Adam Goldsmith, enfatizou a responsabilidade coletiva de proteger o patrimônio do planeta para as gerações futuras. “A parceria com o Brasil é crucial porque o crime ambiental transcende fronteiras; é um imperativo moral para os cidadãos globais combater o financiamento ilícito ligado à degradação ambiental e responsabilizar os perpetradores”, pontuou.

Debates – Durante o encontro, os participantes discutiram a situação atual das investigações de crimes ambientais no Brasil, identificando áreas para fortalecer a infraestrutura anticrime do país e implementar sanções para combater o crime ambiental. Além disso, o Tesouro dos EUA apresentou ferramentas destinadas a interromper o fluxo de financiamento ilícito proveniente desses crimes.
 
Evento com Tesouro AmericanoAlimentado por organizações criminosas transnacionais, o crime ambiental explora os recursos naturais para ganho ilegal, colocando em risco o meio ambiente e as comunidades locais. A secretária de Cooperação Internacional do MPF, Anamara Osório, e o subprocurador-geral da República Francisco Sanseverino chamaram atenção para a relação cada vez mais estreita entre os crimes ambientais e financeiros, sobretudo a lavagem de dinheiro.

A prática  tem sido cada vez mais usada para dissimular a origem de produtos ilegais obtidos por meio de desmatamentos e do garimpo irregular. “Eventos como este buscam fomentar o reconhecimento entre os nossos países e nossas instituições, construindo uma relação de confiança para que, juntos, possamos combater com maior efetividade tais delitos”, completou Anamara.

Desafios – Um dos principais desafios enfrentados nessa tarefa, segundo pontuou o secretário adjunto de Cooperação Internacional, Daniel Azeredo, é a dificuldade de acesso aos locais onde ocorrem os crimes ambientais, somada à extensão territorial do Brasil, fatores que tornam o trabalho ainda mais complexo. Por isso, a importância de uma atuação preventiva com a utilização de tecnologias de rastreamento e imagens de satélite, bem como a necessidade de aplicar a legislação existente de forma rígida.

“Precisamos trabalhar de forma coordenada com outros órgãos e instituições que efetivamente estão próximas dos locais onde ocorrem esses crimes”, acrescentou o procurador da República Henrique De Sá Valadão Lopes. A importância de parcerias entre instituições brasileiras também foi destacada pelo presidente do Coaf, Ricardo Liáo, como forma de combater condutas criminosas que impactam o clima e favorecem a ocorrência de catástrofes naturais.

Veja as fotos do encontro

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Fonte MPF