MPF discute soluções para esgotamento sanitário do Residencial Vale do São Francisco em Penedo/AL — Procuradoria da República em Alagoas

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Meio Ambiente

12 de Setembro de 2024 às 13h30

MPF discute soluções para esgotamento sanitário do Residencial Vale do São Francisco em Penedo/AL

Águas do Sertão nega inconformidades; novas diligências serão realizadas por órgãos fiscalizadores

Imagem com fundo verde, escrito Meio Ambiente


Arte: Comunicação/MPF

O Ministério Público Federal (MPF) promoveu, na tarde desta quarta-feira (11), uma reunião com representantes do Município de Penedo, do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH/AL), do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) e da concessionária Águas do Sertão. O encontro teve como objetivo discutir o esgotamento sanitário do Conjunto Habitacional Vale do São Francisco e avaliar a implementação do Plano de Conformidade Ambiental, previsto no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) nº 1, de 2022, firmado entre a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Penedo e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto, ao qual a concessionária Águas do Sertão aderiu.

todos reunidos na mesaA reunião, coordenada pela procuradora da República Juliana Câmara, foi realizada no âmbito de um inquérito civil para apurar possível dano ambiental causado a um afluente do Rio São Francisco. Segundo o denunciante, um morador do residencial, a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) estaria lançando esgoto in natura em nascentes, causando erosão e poluição. Ele relatou que, mesmo após a transferência da gestão do sistema para a Águas do Sertão, a situação permanece inalterada.

A concessionária afirmou que, após assumir a operação, promoveu melhorias na ETE e que, atualmente, o esgoto lançado após tratamento está em conformidade com as normas ambientais. No entanto, reconheceu que fatores externos, como ligações clandestinas na rede de drenagem de águas pluviais, poderiam contribuir para a poluição que a população declara existir no ponto de lançamento.

morador mostra telaApesar das alegações da concessionária, o morador questionou a precisão do mapa apresentado, mencionando a ausência das áreas de nascentes e da erosão, além de denunciar a persistência de mau cheiro e a presença de substâncias tóxicas na água, impossibilitando a pesca. O IMA informou que, em fiscalizações anteriores, constatou que dois parâmetros estavam fora do padrão, resultando na autuação da concessionária, e sugeriu uma nova diligência com o uso de drones para investigar as áreas afetadas.

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco solicitou providências urgentes para identificar a origem do problema e a adoção de medidas de recuperação e recomposição ecológica da área.

A procuradora Juliana Câmara considerou a reunião produtiva, destacando a importância do nivelamento de informações e o esforço conjunto para diagnosticar a situação e definir as medidas necessárias à reparação dos danos ambientais.Dra Julaia Camara

Encaminhamentos — Como resultado da reunião, o MPF determinou que a Águas do Sertão apresente o diagnóstico de conformidade ambiental da ETE e os laudos de análise laboratorial dos efluentes lançados relativos aos últimos 12 meses.

Foi concedido ainda o prazo de 30 dias para que o IMA/AL e as Secretarias de Meio Ambiente do Estado de Alagoas e do Município de Penedo apresentem manifestação sobre o diagnóstico elaborado pela concessionária, considerando que já receberam o documento.

O município de Penedo deverá investigar a existência de ligações clandestinas na rede de drenagem de águas pluviais. E, o MPF oficiará a Universidade Federal de Alagoas (UFAL) para fornecer informações sobre possíveis monitoramentos no local.

Inquérito Civil n° 1.11.000.000424/2017-91

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Fonte MPF