Geral
24 de Outubro de 2024 às 13h40
MPF debate no litoral gaúcho o acesso aos exames preventivos de câncer de mama e a adoção de protocolos
Audiência pública ocorreu na tarde desta terça-feira (22), no auditório do Centro Universitário Cenecista de Osório (RS)
Foto: Comunicação/MPF/RS
Foi positivo o saldo da audiência pública realizada pelo Ministério Público Federal (MPF), em conjunto com o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (MP/RS), em Osório (RS), no litoral norte gaúcho, para discutir o acesso a exames preventivos de câncer de mama e a adoção de protocolos. O evento ocorreu na tarde desta terça-feira (22), no Auditório Romildo Bolzan, do Centro Universitário Cenecista de Osório.
Na avaliação da procuradora da República Ana Paula Carvalho de Medeiros, a audiência ampliou o debate sobre um tema tão urgente, tendo em vista a constatação do baixo índice de exames para rastreamento de câncer de mama na região. Além disso, o evento também possibilitou a troca de informações pertinentes para adoção de medidas coordenadas entre os órgãos públicos – em especial os municipais –, garantido assim a ampliação do acesso via Sistema Único de Saúde (SUS). O conteúdo produzido durante a audiência pública servirá para embasar um procedimento no MPF que trata sobre o tema.
Ao lado de Ana Paula, que conduziu os trabalhos, formaram a mesa de abertura o promotor de Justiça em Osório Luís César Gonçalves Balaguez e o promotor de Justiça Leonardo Menin, coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos e da Proteção aos Vulneráveis (CAODH).
Compuseram ainda a mesa de abertura do evento a reitora do Centro Universitário Cenecista de Osório, Ludinara do Nascimento Scheffel; a diretora do Departamento de Ciclos de Vida da Secretaria Estadual de Saúde, Gisleine Lima da Silva; a presidente do Conselho Estadual de Saúde (CES-RS), Inara Ruas; a secretária de Saúde de Torres, Suzana Machado – representando o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do RS (Cosems/RS); e a palestrante do evento, a chefe da Divisão de Detecção Precoce do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Renata Maciel.
A audiência contou ainda com a participação virtual da coordenadora-geral de Prevenção às Condições Crônicas na Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Aline Lima Xavier, também se manifestou e acompanhou o debate.
Prevenção e diagnóstico – A audiência pública contou com palestra da chefe da Divisão de Detecção Precoce do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Renata Maciel. Graduada em enfermagem, a palestrante discorreu sobre “Recomendações para o controle do câncer de mama no Brasil” e destacou a importância da adoção do protocolo e da definição de estratégias para aumentar a oferta e cobertura em decorrência do cenário apresentado e que precisa ser modificado.
“A gente precisa garantir que aquele exame esteja disponível para quando a mulher que precisa chegar até unidade. E que este exame de rastreio esteja atrelado à confirmação diagnóstica diante de qualquer procedimento que ela necessite”, afirmou. Ela reforçou ainda que, para se ter sucesso nos rastreamento, é preciso focar em três ações: população informada, profissional capacitado e o acesso adequado aos serviços. Veja aqui a apresentação da palestra.
A procuradora da República Ana Paula Carvalho de Medeiros ressalta a necessidade de que os municípios observem o protocolo do Inca/SUS, que tem base científica e prevê, para mulheres sem sinais ou sintomas suspeitos, a realização de mamografia a cada dois anos, dos 50 aos 69 anos de idade. “Os municípios precisam ir atrás dessas pessoas, fazer a busca ativa, para garantir a realização do exame e, se o caso, os demais procedimentos diagnósticos e o tratamento. A detecção e o tratamento precoces são fundamentais para a cura”, aponta.
Durante o evento, se manifestaram representantes da comunidade da região, de órgãos públicos, associações civis e estabelecimentos de saúde. Eles abordaram tópicos sobre a adoção de tratamento mais humanizados, qualificados e precoces; preocupações quanto às barreiras de acesso; necessidade de capacitação direcionada aos profissionais de saúde; dificuldades na marcação de exames e qualidade dessas imagens; entre outros.
“Vimos aqui o quanto a gente precisa de suporte para essas mulheres. E a escuta faz a diferença. Muitas vezes ouvi que elas não buscavam os resultados por medo de abandono. É muito triste”, relatou Elaine Brasil, voluntária da Liga Feminina de Combate ao Câncer de Tramandaí – Núcleo Osório. “Falta muita informação. Um diálogo como este é muito importante”, ressaltou, parabenizando a iniciativa.
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Fonte MPF