Direitos do Cidadão
14 de Abril de 2025 às 14h50
MPF dá início ao fórum por direitos da população em situação de rua no Rio de Janeiro
Iniciativa reúne órgãos e entidades para articular soluções concretas às demandas dessa população
Reunião para criação do Fórum Permanente por Direitos da População em Situação de Rua, na sede do MPF no RJ, em 10/04/2025.
Em reunião na Procuradoria da República no Rio de Janeiro (PR/RJ), foi criado, na última quinta-feira (10), o Fórum Permanente por Direitos da População em Situação de Rua. A iniciativa foi proposta em audiência pública, realizada em 31 de março, na sede do Ministério Público Federal (MPF) no RJ.
O fórum conta com a participação das Defensorias Públicas da União (DPU) e do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ) e entidades voltadas à defesa dos direitos dessa população: Movimento Nacional da População de Rua (MNPR/RJ), Instituto Superação Social, Pastoral do Povo da Rua, do Serviço Franciscano de Solidariedade (SEFRAS) e Fórum Permanente sobre População Adulta em Situação de Rua no RJ. Também fazem parte da iniciativa a Federação das Associações de Moradores do Município do Rio de Janeiro (FAMRIO), Articulação Libertária de Moradia e Alimentação (ALMA), Associação de Mães e Amigos de Crianças, Adolescentes e Adultos em Situação de Vulnerabilidade Social e/ou com Deficiência – Semente do Caminho (AMA-SC), entre outras entidades.
O objetivo do Fórum é estabelecer um espaço contínuo de diálogo e articulação para estabelecer estratégias e resolver soluções concretas para as principais demandas da população em situação de rua no estado — um grupo historicamente marginalizado na cidade, em razão da omissão dos entes federativos.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Brasil registrava mais de 280 mil pessoas em situação de rua em 2023. Somente no Rio de Janeiro, estimativas apontam que esse número passa de 7 mil, mas especialistas apontam que esse número é muito maior. A criação do Fórum busca enfrentar esse cenário com ações integradas e planejadas.
“A criação deste Fórum Permanente representa um passo importante para a atuação integrada e a busca por soluções estruturais para a população em situação de rua no Rio de Janeiro”, destacou o procurador regional dos Direitos do Cidadão adjunto, Julio Araujo, que representou o MPF na reunião.
Prioridades – Durante o encontro, foram levantadas diversas pautas prioritárias. Entre os temas debatidos, destacaram-se: o papel do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de Rua (CIAMP-Rua); o impacto de projetos de internação compulsória; as políticas de habitação de interesse social, como o programa Ruas Visíveis, do governo federal; as leis municipais existentes que ainda não são devidamente aplicadas; as estratégias de inserção no mercado de trabalho; os protocolos para atendimento em situações climáticas extremas, como frio intenso ou calor excessivo; o acolhimento de vítimas de violência doméstica e familiar; e a proposta de uma audiência pública para discutir a saúde mental das pessoas em situação de rua.
Encaminhamentos – Ao final da reunião, foram definidos os próximos passos.
Será realizada em 28 de abril uma reunião com a Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro para tratar, entre outros assuntos, do objeto do Ofício/PRRJ/PRDC n.º 3766/2025, que aborda a implantação do Programa Ruas Visíveis no município.
A Defensoria Pública da União analisará a possibilidade de atuação junto ao Supremo Tribunal Federal para denunciar a omissão da prefeitura do Rio de Janeiro na implantação do Ciamp-Rua.
O grupo manifestou ainda repúdio ao Projeto de Lei nº 47/2025, em tramitação no município de Niterói. A proposta busca adotar medidas de internação compulsória dessa população. Será elaborada nota técnica sobre o tema.
Já a Defensoria Pública do Estado, por meio do NUDEDH/DPERJ, organizará visitas técnicas a unidades de acolhimento.
Também ficou agendada uma nova reunião do Fórum Permanente, marcada para o dia 15 de maio de 2025.
Assessoria de Comunicação Social
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Fonte MPF