MPF conhece sistema de universidade americana que identifica a presença de gado por imagens de satélite — Procuradoria-Geral da República

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Cooperação Internacional

16 de Dezembro de 2024 às 15h20

MPF conhece sistema de universidade americana que identifica a presença de gado por imagens de satélite

Ferramenta pode auxiliar em investigações relacionadas à proteção do meio ambiente, de populações indígenas e tradicionais

Imagem de vários bois


Foto: ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL/ASCOM ADEPARÁ

Procuradores e servidores do Ministério Público Federal (MPF) conheceram, na última semana, uma nova ferramenta desenvolvida pela Universidade de Wisconsin, dos Estados Unidos, que permite identificar a presença de gado em determinada localidade, a partir do uso de imagens de satélite e inteligência artificial. O estudo foi feito em áreas da Amazônia brasileira, onde a produção de carne bovina está relacionada a uma tendência contínua de desmatamento. A ferramenta pode auxiliar o MPF em investigações e processos judiciais relacionados ao meio ambiente.

O sistema consegue estimar o número de cabeças de gado na área indicada e cruza as informações com outras bases de dados, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR) – que indica a localização de propriedades – e as Guias de Transporte Animal (GTA). As guias são documentos obrigatórios para o transporte de gado no Brasil e trazem informações sobre o animal, quanto à origem, destinação, espécie, vacinações, entre outras. Atualmente o mapeamento global e regional do gado depende da realização de censos agrícolas ou de métodos baseados em avaliações de campo, muitas vezes demorados e de elevado custo.

Imagem de todas as autoridades participando da reunião sentadas ao redor de uma mesa“Essa tecnologia tem o potencial de revolucionar a atuação do MPF em diversas áreas como a proteção de terras indígenas e unidades de conservação ilegalmente invadidas”, afirma o secretário adjunto de Cooperação Internacional do MPF, Daniel Azeredo, que também é coordenador do projeto Amazônia Protege. Ele participou, na última quarta-feira (11), da reunião com representantes da universidade americana, juntamente com o secretário de Perícia, Pesquisa e Análise (Sppea) do MPF, Daniel Lôbo, e peritos da secretaria que prestam apoio técnico aos procuradores nas investigações.

Além de auxiliar na identificação da presença de gado em áreas de preservação, com elevados índices de desmatamento ou terras indígenas, a ferramenta vai ajudar no monitoramento de locais que foram embargados por órgãos ambientais, em razão de danos verificados. Segundo Daniel Lôbo, a tecnologia também pode ser incorporada em outras ferramentas já usadas pelo MPF, que envolvem dados georreferenciados, como o Georadar e o Projeto Amazônia Protege. Este último usa imagens de satélite e cruzamento de dados públicos para identificar áreas de desmatamento e ajuizar ações contra os responsáveis. 

O estudo realizado pela universidade americana com a ferramenta em áreas da Amazônia brasileira conseguiu identificar 576,8 mil cabeças de gado, das quais 13% estavam fora do limite de propriedades registradas no Cadastro Rural. “Há bastante sinergia com diversos projetos em andamento no MPF. As técnicas de inteligência artificial sobre imagens de satélite podem ser replicadas para outros usos, como para identificação de garimpos e de ocupações irregulares”, observa o secretário da Sppea. Ficou agendada para o início do próximo ano uma nova reunião com a Universidade de Wisconsin para ver a viabilidade técnica de incorporar a tecnologia nos sistemas já usados pelo MPF.

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Fonte MPF