MPF cobra providências para garantir acesso de pescadores à Praia de São Bento, em Maragogi (AL) — Procuradoria da República em Alagoas

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Meio Ambiente

7 de Agosto de 2025 às 13h15

MPF cobra providências para garantir acesso de pescadores à Praia de São Bento, em Maragogi (AL)

Reunião com ICMBio, SPU e Município busca destravar impasses sobre construções e intervenções na orla

Vista aérea da praia de São Bento, em Maragogi, Alagoas


Foto: Sérgio Ricardo

O Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas realizou, na tarde desta quarta-feira (6), uma reunião com representantes do Município de Maragogi, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – Costa dos Corais, da Superintendência do Patrimônio da União (SPU/AL) e da Associação de Pescadores, Marisqueiras e Aquicultores de São Bento (Apemasbe), para discutir o acesso da comunidade pesqueira à Praia de São Bento e as intervenções previstas para a região.

O encontro, conduzido pela procuradora da República Juliana Câmara, teve como foco o acompanhamento de inquérito civil instaurado após denúncia do ICMBio sobre a obstrução dos acessos à praia, inclusive o trânsito tradicional de pescadores com suas jangadas. O procedimento vem sendo instruído desde 2022, e já resultou em diligências, reuniões e vistorias na localidade.

Durante a reunião, o MPF cobrou esclarecimentos do Município de Maragogi, que havia se comprometido a apresentar um relatório atualizado sobre os acessos à praia, bem como a realização de uma oficina com a comunidade local para levantamento das demandas e necessidades da população tradicional. Até o momento, o relatório não foi entregue.

Os representantes da comunidade pesqueira relataram dificuldades cada vez maiores para exercer sua atividade, com a perda de espaços para guardar apetrechos, realizar manutenção das embarcações e acessar a praia. Segundo os pescadores, seriam necessários ao menos oito acessos livres ao mar para atender às necessidades da categoria.

Reunião sobre São BentoA SPU informou que identificou cercamentos ilegais na região da foz do Rio Salgado, incluindo áreas tradicionalmente utilizadas por marisqueiras e pescadores, mas que não conseguiu localizar o responsável pela obstrução para notificá-lo. Também não foi possível confirmar se há algum processo de regularização fundiária vigente sobre o local, o que levanta a hipótese de ocupação irregular em área da União.

O ICMBio, por sua vez, destacou o recente trabalho realizado por uma consultoria contratada pela SPU, que promoveu uma oficina técnica com a comunidade em março, e que deve estar na fase final de conclusão das atividades.

A procuradora Juliana Câmara, responsável pelo caso, destacou a importância da atuação conjunta para garantir os direitos da comunidade tradicional: “A preservação do meio ambiente deve caminhar junto com o respeito às populações tradicionais que vivem da pesca artesanal. O acesso ao mar e aos rios é essencial para a subsistência dessas famílias. O MPF seguirá atuando para que os compromissos assumidos sejam cumpridos e para que as obras e empreendimentos em curso e a serem implantados respeitem os direitos dessas comunidades e sigam uma ordenação que permita o uso do território por todos”.

Encaminhamentos – Por fim, o MPF reiterou ao Município de Maragogi o prazo de 30 dias, a partir do recebimento da íntegra do inquérito civil, para que apresente informações atualizadas sobre todos os acessos à Praia de São Bento, indicando se há obstruções, especialmente na foz do Rio Salgado, identificando os responsáveis e em outras áreas de relevância para os pescadores.

A SPU será oficiada para que encaminhe os resultados da consultoria contratada e realize nova fiscalização na área do Rio Salgado.

O MPF alertou ao Município sobre a importância de que o processo de licenciamento das novas construções da região da praia observem garantias e condições claras para o livre acesso da comunidade pesqueira, caso a obra seja autorizada.

IC nº 1.11.000.001054/2022-77

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Fonte MPF