Meio Ambiente
17 de Outubro de 2025 às 15h55
MPF cobra esclarecimentos sobre licenciamento de evento esportivo em área de proteção ambiental no mar de João Pessoa (PB)
Foram solicitadas informações à Sudema e à Semas sobre licenças ao Aquarace 2025, que prevê estrutura flutuante em área protegida
Instalação de piscina flutuante para a competição esportiva Aquarace 2025, no mar da praia do Bessa, em João Pessoa (PB). Foto: Governo da Paraíba.
O Ministério Público Federal (MPF) expediu ofícios urgentes, nesta sexta-feira (17), à Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Paraíba (Semas) e à Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema). Por meio dos documentos, o MPF requisitou informações detalhadas sobre o licenciamento ambiental e a instalação da estrutura prevista para a competição esportiva Aquarace 2025.
A competição integra a programação oficial do Paraíba World Beach Games 2025, evento esportivo promovido pelo governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), e ocorrerá nos próximos dias 18 e 19 de outubro, no mar da praia do Bessa, em João Pessoa (PB).
De acordo com o MPF, o evento está sendo montado dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) do Naufrágio Queimado, uma zona marinha reconhecida pela alta sensibilidade ecológica e pela presença de recifes de corais e espécies ameaçadas de extinção. A urgência da medida levou o órgão federal a fixar prazo de 24 horas para resposta das autoridades estaduais. Os documentos foram assinados pelo procurador da República Renan Paes Félix.
Risco à biodiversidade marinha – A principal preocupação diz respeito à instalação de uma piscina flutuante de 25 metros, cuja estabilização depende de poitas de concreto fixadas no fundo do mar. Segundo o procurador, há “justificada preocupação a respeito do manuseio (transporte e fixação) das poitas de concreto”, pois não há clareza sobre o procedimento adotado nem sobre os possíveis impactos aos recifes localizados na região.
Nos ofícios, o MPF ressalta que lançar detritos ou estruturas sobre bancos de corais é conduta tipificada como crime ambiental, conforme previsto na Lei nº 9.605/98, e destaca que o ambiente afetado é considerado “especialmente protegido” pela legislação brasileira.
Esclarecimentos e medidas de proteção – O MPF solicitou às autoridades competentes a apresentação do licenciamento ambiental emitido para o evento, bem como informações sobre o manejo e a retirada das poitas de concreto após o encerramento das atividades, de modo a garantir a integridade da APA do Naufrágio Queimado.
As respostas deverão ser enviadas com máxima urgência, no prazo de 24 horas, por meio do Portal MPF Serviços, de forma a permitir a adoção de medidas imediatas caso sejam constatadas irregularidades ou riscos à biodiversidade marinha.
Assessoria de Comunicação
Ministério Público Federal na Paraíba
Telefone fixo: (83) 3044-6222
WhatsApp: (83) 9.9132-6751 (exclusivo para atendimento a jornalistas – das 10h às 17h)
Telefone para atendimento ao cidadão em geral: (83) 9.9108-0933 (das 7h às 17h)
Youtube: MPFPB
Fonte MPF