Meio Ambiente
23 de Outubro de 2025 às 15h55
Adutora do Sertão: MPF cobra agilidade dos gestores da Funasa e Sedec para o lançamento de nova licitação
Novo edital de licitação tem previsão de lançamento para novembro deste ano

Foto: Ascom MPF/PI
O Ministério Público Federal, representado pelo procurador da República Kelston Pinheiro Lages, reuniu-se mais uma vez com integrantes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e da Secretaria de Estado da Defesa Civil (Sedec) para tratar sobre a renovação do processo licitatório da obra da Adutora do Sertão do Piauí.
O encontro, realizado na Procuradoria da República no Piauí, em Teresina (PI), na manhã da terça-feira (21), deu prosseguimento às tratativas que vêm sendo adotadas pelas duas instituições para o lançamento de novo processo licitatório da adutora, previsto para o início de novembro deste ano.
O representante da Funasa informou ao procurador da República que aguarda a Sedec formalizar e oficializar protocolo da proposta com o novo valor da licitação, considerando o montante que o Governo do Estado concedeu para a Funasa. Segundo ele, quando isso ocorrer vai proceder com o aditivo para integralização do novo plano de trabalho.
Ele ressaltou que esses procedimentos são de cunho administrativo e que os técnicos da Funasa só podem analisar e aprovar o projeto do novo termo de referência após a formalização do termo aditivo, com a alteração do valor. O engenheiro da Funasa Hélio Ricardo de Holanda Barroso ponderou que o órgão já realizou uma análise extraoficial, fora da plataforma Transferegov, na qual constatou-se inconsistências, as quais foram encaminhadas em forma de apontamentos para a Sedec.
Ele informou ao membro do MPF que, em resposta a esse procedimento, a área técnica da Sedec esteve duas vezes em reunião na Funasa para tratar das inconsistências. Por isso, acredita que na formalização final, que está aguardando, a proposta já contemple o novo valor empenhado e já tenham sido sanados os apontamentos emitidos pela área técnica da Funasa. Diante desse contexto, a expectativa é que a proposta seja aprovada pelo órgão.
Já o diretor de Recursos Hídricos da Sedec, Francisco das Chagas Carvalho, informou ao MPF que está aguardando somente a Seplan e a Sefaz emitirem as publicações com as autorizações do orçamento para inserir na Plataforma Transferegov do Governo Federal/Funasa.
Obra de transposição do Rio São Francisco
Além de cobrar celeridade, na reunião, o procurador da República Kelston Lages mais uma vez ponderou com os presentes sobre a necessidade de alertarem o Governo do Estado do Piauí e o Ministério da Integração quanto à sobreposição de ações e desperdício de recursos diante de eventual obra de transposição do Rio São Francisco, considerando o estágio mais adiantado das obras do Sistema Adutor do Sudeste, a viabilidade e maior quantidade de municípios beneficiados.
Participantes
Também participaram da reunião Heitor Araripe de Sousa Neto, da Funasa, e Eduardo Apolônio Cavalcante, da Sedec.
51 municípios sofrem com a estiagem
A reunião foi mais um desdobramento de ação civil pública ajuizada pelo MPF e pelo Ministério Público do Estado do Piauí, em 2015, para garantir os recursos necessários à construção dessa obra que tem por objetivo garantir o acesso à água a mais de 51 municípios piauienses, que sofrem com a estiagem, todos os anos. A luta judicial já resultou na determinação judicial para que a União elaborasse um projeto básico e descentralizasse crédito orçamentário para a construção.
A urgência da Adutora é reforçada pela situação de 51 municípios do sertão piauiense, localizados sobre o cristalino, onde não há água subterrânea. Atualmente, a população depende da “Operação Carro Pipa”, uma solução temporária que não resolve o problema da estiagem. O procurador Kelston Lages destaca que é um grande paradoxo e descaso administrativo o Piauí ser um dos maiores detentores de água subterrânea do “planeta” e, ainda assim, pessoas e animais padecerem de sede no estado.
“O fenômeno da sede é recorrente no estado há décadas. O que já se gastou com a operação carro pipa, durante o programa de solução paliativa, já daria para fazer duas adutoras e resolveria definitivamente o problema. É inaceitável o descaso dos gestores públicos face à, tão grave, questão humanitária”, destaca.
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Fonte MPF


