Ministro do TSE acompanha MP Eleitoral pela cassação do governador e do vice de Roraima — Procuradoria-Geral da República

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Eleitoral

12 de Novembro de 2025 às 9h20

Ministro do TSE acompanha MP Eleitoral pela cassação do governador e do vice de Roraima

Já são dois votos favoráveis à perda dos mandatos, mas julgamento foi suspenso novamente por pedido de vista do ministro Nunes Marques

Foto do plenário do Tribunal Superior Eleitoral, com ministros ou juízes sentados em uma bancada elevada com o emblema da República, em um plenário com painéis de madeira e uma plateia em primeiro plano.


Foto: Luiz Roberto/TSE

Nesta terça-feira (11), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomou o julgamento do processo que pede a cassação dos mandatos do governador de Roraima (RR), Antônio Denarium (PP), e do vice, Edilson Damião (Republicanos). Ao votar, o ministro André Mendonça seguiu parcialmente a relatora do caso, ministra Isabel Gallotti, para manter a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE/RR) que cassou os mandatos. Ambos os ministros seguiram o parecer do Ministério Público (MP) Eleitoral em relação à condenação. 

O julgamento, no entanto, foi interrompido após o vice-presidente do TSE, ministro Nunes Marques, pedir mais prazo para analisar a ação, e não tem data para ser retomado. Ainda faltam os votos de cinco ministros da Corte Eleitoral.

Denarium e Damião já haviam sido condenados pelo TRE/RR. Além de determinar a cassação dos mandatos e a realização de novas eleições, o tribunal roraimense declarou o governador inelegível por oito anos. Os políticos, no entanto, recorreram da decisão ao TSE e permanecem nos cargos aguardando o julgamento final. 

Eles são acusados de terem usado a máquina pública em 2022 para realizar atos proibidos a agentes públicos no período eleitoral, visando obter vantagem política na disputa. Entre as irregularidades apontadas pelo MP Eleitoral no parecer está a criação de um novo programa de transferência de renda permanente, o “Cesta da Família”, no ano das eleições. Além disso, o governo lançou o programa “Morar Melhor”, sem previsão em lei ou no orçamento, para reformar casas de 10 mil famílias.

Em manifestação enviada ao TSE, o vice-procurador-geral Eleitoral, Alexandre Espinosa, destacou a gravidade das condutas praticadas pelos políticos no uso da máquina pública em favor da reeleição do então governador. Segundo ele, “o conjunto da obra” demonstra a utilização exacerbada de recursos públicos, com o objetivo de convencer o eleitor roraimense de que o voto na chapa seria a melhor opção em 2022, gerando um desequilíbrio na disputa eleitoral do estado.

O julgamento dos recursos dos candidatos começou no dia 13 de agosto de 2024, quando a relatora do caso, ministra Isabel Gallotti, apresentou seu voto. Ela citou como exemplo que, em 2022, o programa “Cesta da Família” teve um aumento de 400% no número de beneficiários — saltando de 10 mil para 50 mil pessoas — acompanhado de um grande crescimento no investimento justamente no ano eleitoral.

Para ela, as transferências de recursos e os programas executados sem justificativa legal, em áreas essenciais como saúde, moradia e alimentação, mostram o uso da máquina pública em favor dos candidatos à reeleição. Gallotti afirmou que essas condutas configuram abuso capaz de influenciar o resultado do pleito. Na sessão desta terça-feira (11), o ministro André Mendonça também reconheceu o abuso de poder e negou os recursos apresentados pela defesa dos políticos.

Recurso Ordinário Eleitoral 0600940-96.2022.6.23.0000

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Fonte MPF