Ministérios Públicos e Defensoria pedem redimensionamento completo da saúde mental em Maceió (AL) — Procuradoria da República em Alagoas

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Direitos do Cidadão

11 de Junho de 2025 às 8h52

Ministérios Públicos e Defensoria pedem redimensionamento completo da saúde mental em Maceió (AL)

Ação quer ampliar a rede pública de atendimento, além de garantir tratamento humanizado para os pacientes

Imagem em detalhe de um profissional de saúde segurando de forma acolhedora as mãos de um paciente


Foto ilustrativa: Canva

O Ministério Público Federal (MPF), a Defensoria Pública da União (DPU) e o Ministério Público do Estado de Alagoas (MP/AL) apresentaram uma ação na Justiça Federal para melhorar o atendimento em saúde mental em Maceió. O objetivo é ampliar o atendimento e garantir um tratamento humanizado às pessoas em sofrimento psíquico e aos usuários de álcool e outras drogas, com foco no fortalecimento da rede pública de saúde.

A ação pede que o município de Maceió, o estado de Alagoas e a União reestruturem e ampliem a Rede de Atenção Psicossocial (Raps), com a criação de novos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), leitos psiquiátricos em hospitais gerais, unidades de acolhimento para adultos e reforço da atenção primária à saúde mental. O pedido inclui a implantação de 7 Caps tipo III, que funcionam 24h, 6 Caps para atendimento a dependentes de álcool e outras drogas, 7 unidades de acolhimento adulto e 60 leitos psiquiátricos em hospitais gerais.

De acordo com a ação, o cuidado da saúde mental deve ser realizado com acolhimento próximo da família e da comunidade, com equipes multiprofissionais e em liberdade – e não por meio de internações longas e isoladas, como muitas vezes acontece em comunidades terapêuticas.

A ação é assinada pelo procurador regional dos direitos do cidadão (PRDC), Bruno Lamenha, pelo defensor regional dos direitos humanos (DRDH), Diego Alves, e pela coordenadora do núcleo de saúde pública do MP/AL, a promotora de Justiça Micheline Tenório. Segundo eles, o serviço de saúde mental deve funcionar com qualidade, humanidade e respeito à cidadania de quem sofre com transtornos mentais. “É preciso parar de investir em soluções ultrapassadas e fortalecer os serviços públicos que realmente atendem a população com dignidade”, destacam.

Além da criação dos novos serviços, os órgãos pedem que:

  • O estado de Alagoas passe a cofinanciar a estruturação da rede;
  • A União Federal direcione recursos específicos para ampliar a Raps;
  • Seja realizada uma auditoria federal na rede de saúde mental especializada adulta de Maceió;
  • E que, em caso de descumprimento das determinações, seja aplicada multa diária de R$ 10 mil, revertida para o fortalecimento da saúde mental local.

A decisão de apresentar a ação foi tomada depois de anos de tentativas de diálogo, reuniões, recomendações e promessas não cumpridas. O colapso da saúde mental em Maceió ficou ainda mais grave após o fechamento de hospitais psiquiátricos e o avanço dos problemas sociais e psicológicos causados pela pandemia e pelo desastre ambiental da mineração.

Processo nº 0804491-23.2025.4.05.8000

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Fonte MPF