Linha do tempo mostra a atuação do MPF em defesa dos direitos da população LGBTQIA+ nos últimos 25 anos — PFDC

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Direitos do Cidadão

27 de Junho de 2025 às 17h10

Linha do tempo mostra a atuação do MPF em defesa dos direitos da população LGBTQIA+ nos últimos 25 anos

Sede da PGR, em Brasília, ganha as cores do movimento em homenagem ao Dia do Orgulho, celebrado em 28 de junho

Imagem com fundo preto com os dizeres "LGBTQIA+ Orgulho na Verdade" escrito em branco à esquerda. À direita,quatro pessoas, homens e mulheres, enfileiradas em frente a faixas com cores da bandeira LGBTQIA+, vermelho, laranja, amarelo,verde, azul e roxo.


Arte: Secom/MPF

A partir desta sexta-feira (27),  a sede da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, será iluminada com as cores da bandeira LGBTQIA +. A iluminação marca o Dia do Orgulho, celebrado mundialmente no dia 28 de junho. Mais do que um gesto simbólico, a iniciativa reforça o compromisso do Ministério Público Federal (MPF) com a promoção da igualdade, da dignidade e da não discriminação.

Ao longo desse mês, o tema foi abordado na campanha “Orgulho na Verdade”, que contou com ações de comunicação voltadas ao enfrentamento da desinformação que atinge a população LGBTQIA+. Com conteúdos publicados no site do MPF, nas redes sociais e em veículos de rádio e TV, a campanha buscou esclarecer fatos, combater preconceitos e promover empatia por meio da informação verdadeira.

A terceira e última matéria da série veiculada ao longo do mês apresenta uma retrospectiva da atuação do MPF nas últimas duas décadas e meia — um percurso marcado por avanços na proteção dos direitos da população LGBTQIA+ no Brasil. Desde os primeiros passos no campo da previdência social, até as mais recentes ações contra retrocessos legislativos e normativos, a trajetória do órgão reafirma o seu papel na promoção de uma sociedade mais justa, plural e inclusiva.

Confira abaixo uma linha do tempo com a atuação do MPF e mais abaixo detalhes sobre as iniciativas:

Infográfico exibe linha do tempo sobre a atuação do MPF em defesa da população LGBTQIA+

2000: Previdência Igualitária — o primeiro passo
O marco inaugural dessa trajetória foi a ação civil pública ajuizada em 2000, que visava garantir o reconhecimento de companheiros homossexuais como dependentes no Regime Geral da Previdência Social. A decisão favorável, confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, assegurou a equiparação de direitos previdenciários entre casais homoafetivos e heterossexuais. 

2005: Combate à homofobia na mídia
A atuação do MPF também se estendeu ao campo da comunicação. Em 2005, o órgão ajuizou ação contra a RedeTV! por conteúdos considerados discriminatórios em programas humorísticos. O processo foi finalizado a partir de um acordo em que a RedeTV! concordou com a suspensão dos quadros ofensivos, e com a veiculação de mensagens educativas sobre direitos humanos e com o  investimento em produções audiovisuais inclusivas.

2009–2011: União estável homoafetiva é reconhecida como entidade familiar
Em 2009, o MPF ajuizou a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) para garantir o reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar. Em 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) acolheu a tese do MPF, consolidando a equiparação legal entre uniões homoafetivas e heterossexuais. 

2022: Visibilidade estatística e linguagem inclusiva
No contexto do Censo Demográfico de 2022, o MPF cobrou do IBGE a inclusão de perguntas sobre identidade de gênero e orientação sexual, combatendo a invisibilidade de dados que afeta a formulação de políticas públicas. A Justiça Federal acolheu o pedido, garantindo a inclusão das informações, ainda que de forma inicial, mas a decisão foi posteriormente suspensa pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

No mesmo ano, o MPF posicionou-se contra projetos de lei que proibiam o uso da linguagem neutra em ambientes escolares. Em nota técnica, defendeu a liberdade de expressão e a representatividade linguística. A tese defendida pelo MPF acabou sendo acolhida pelo STF na Ação Direita de Inconstitucionalidade (ADI) 7019, que declarou a inconstitucionalidade de lei de Rondônia que proibia a linguagem neutra nas escolas estaduais.

2023: Nome social e proteção contra violência
Em 2023, o MPF ajuizou ação para exigir a unificação dos campos de “nome” em sistemas públicos, priorizando o nome social de pessoas trans e excluindo a designação de sexo como campo obrigatório. Além disso, o Governo Federal acatou recomendação do MPF para alterar sistemas como o CadÚnico, essencial para o acesso a benefícios sociais.

Ainda no campo da proteção, o órgão recomendou ao Ministério da Justiça a inclusão de dados sobre violência LGBTQIA+ no Sistema Único de Segurança Pública. A recomendação foi acatada e representa um avanço na construção de políticas públicas baseadas em dados reais. 

No mesmo ano, o MPF também moveu ação contra a plataforma X (antigo Twitter), exigindo medidas concretas contra discursos transfóbicos — o que resultou na retomada de ferramentas de moderação contra o ódio após liminar deferida pela Justiça Federal.

2024: Saúde especializada como direito
No ano seguinte, o MPF cobrou do Ministério da Saúde a efetiva implementação do Programa de Atenção Especializada à Saúde da População Trans (PAES-Pop Trans), voltado à ampliação do acesso a cuidados de saúde específicos e humanizados. A medida visa enfrentar a exclusão estrutural que afeta essa população no sistema público de saúde.

2025: Enfrentamento a retrocessos
Em 2025, o MPF intensificou sua atuação frente a tentativas de restrição de direitos. Emitiu nota técnica contra projetos de lei que restringem o uso de banheiros de acordo com o sexo biológico, classificando-os como inconstitucionais. Também ajuizou ação contra a Resolução nº 2.427/2025 do Conselho Federal de Medicina, que limita o acesso de pessoas trans, especialmente menores de idade, a tratamentos médicos especializados. Para o MPF, a norma representa grave retrocesso e ameaça direitos fundamentais.

Continuidade – A trajetória de avanços construída até aqui é também um chamado à continuidade. O procurador da República Lucas Costa Almeida Dias, coordenador do Grupo de Trabalho Grupo de Trabalho “População LGBTQIA+: Proteção de Direitos” da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão do MPF,  destaca a importância do trabalho realizado e avalia que ainda há inúmeros desafios a serem superados. “O Brasil é o país que mais mata pessoas LBGTQIA+ em todo o mundo há 16 anos consecutivos. Embora sejam significativos os avanços já conquistados pela comunidade, há ainda outros caminhos importantes a serem atingidos”, conclui. 

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Fonte MPF