Histórias de dedicação marcam abertura da exposição pelos 30 anos do 1º concurso de servidores do MPU — Procuradoria-Geral da República

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Geral

13 de Novembro de 2024 às 20h55

Histórias de dedicação marcam abertura da exposição pelos 30 anos do 1º concurso de servidores do MPU

Roda de conversa celebrou a contribuição dos servidores pioneiros e relembrou a evolução institucional

imagem do auditório no momento do evento


Foto: Leobark Rodrigues/Secom/MPF

Sessenta servidores que ingressaram no Ministério Público da União (MPU) por meio do primeiro concurso público, realizado em 1993, foram homenageados, nessa terça-feira (12), em evento realizado na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília. A celebração marcou o lançamento da exposição “30 Anos do Primeiro Concurso de Servidores do MPU — Nós fazemos a diferença, o MPF faz história”, em exibição no Memorial do Ministério Público Federal (MPF) até 12 de dezembro.

O evento contou com uma roda de conversa que reuniu servidores dessa turma pioneira de nomeações, com trajetórias marcantes. A conversa revelou não apenas a trajetória institucional, mas também histórias pessoais de superação e dedicação ao serviço público.

O primeiro concurso do MPU representou um marco institucional. Com poucos servidores, oriundos principalmente do Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp) e dos Correios, a instituição deu um salto qualitativo na sua capacidade operacional. A entrada de servidores concursados trouxe profissionalismo e autonomia, especialmente em áreas como perícia, que antes dependiam de outros órgãos, como as universidades. “A gente carecia de ajuda especializada e o primeiro concurso teve o diferencial de ser específico para o MPF. Então a gente passou a ter, além de técnicos e analistas, auxílio pericial”, lembrou a secretária-geral do MPU, Eliana Torelly.

Histórias – No evento houve relatos emocionantes de servidores que dedicaram suas vidas ao serviço público, cada um trazendo uma perspectiva singular sobre suas jornadas dentro do MPF. Aposentada desde 2004, Cícera Brasil entrou na instituição em 1978. Ela compartilhou suas memórias de tempos desafiadores, em que a falta de infraestrutura, como mobiliário e prédios próprios, era superada pelo espírito de camaradagem.

Cícera destacou a importância das relações de trabalho harmoniosas e o seu impacto positivo no ambiente de trabalho. Aos 88 anos, ela recordou com alegria a chegada dos servidores do primeiro concurso. “Era uma mesa para dois e uma cadeira só; lembro da vinda para o prédio novo, que foi aquela euforia, e eu ainda fiquei dois anos aqui”, lembrou.

A secretária Executiva da Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais, Denise Cristina Nicolaides, revisitou a relevância da perícia ambiental na defesa do meio ambiente e de populações impactadas. Ela destacou o trabalho de análise ambiental que poupou os cofres públicos do pagamento de R$ 200 milhões, à época, a um fazendeiro que teve terras desapropriadas para reforma agrária e alegava que merecia ser indenizado pela União em razão de supostamente existir ali uma cobertura vegetal exuberante. “Na realidade, aquela fazenda era um paliteiro e não tinha uma floresta exuberante. E como nós chegamos nisso? Não tinha tecnologia, fizemos no lápis e na borracha todo o inventário ambiental”, recordou.

A secretária-geral do MPU, Eliana Torelly, também compartilhou sua trajetória na instituição desde 1993. Antes ela atuava como promotora do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), na área criminal, e lembrou que o MPF já tinha mais estrutura, a exemplo de auxiliares para ajudar a movimentar processos, que eram todos físicos. Ela ainda relembrou, emocionada, uma atuação na área indígena, quando ainda não tinha contato ou experiência com essas populações. Para ela, a atuação no caso marcou profundamente sua trajetória, ampliando a compreensão sobre diversidade e direitos humanos.“A função do servidor público é de extrema importância para o país e comunidades para as quais prestamos os nossos serviços”, pontuou.

Já o analista de Tecnologia da Informação, Mauro Sobrinho, relembrou os avanços tecnológicos que transformaram a instituição ao longo dos anos. “Nos primórdios da digitalização, era fascinante ver como a tecnologia começava a transformar nosso trabalho. Lembro-me de carregar disquetes de máquina em máquina, um esforço que na época parecia imenso, mas que pavimentou o caminho para a revolução tecnológica que vivemos hoje no MPU”, contou.

Exposição – Ao final do evento, os presentes puderam conferir a exposição multimídia montada no Memorial MPF sobre os 30 anos do primeiro concurso do MPF. A mostra está aberta ao público no espaço que fica na sede da PGR, em Brasília. O horário de visitação é das 13h às 17h, de segunda-feira a sexta-feira.

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Fonte MPF