Edital do Plano de Desenvolvimento Regional do Xingu (PA) passará por ajustes após recomendação do MPF — Procuradoria da República no Pará

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Fiscalização de Atos Administrativos

24 de Abril de 2025 às 14h44

Edital do Plano de Desenvolvimento Regional do Xingu (PA) passará por ajustes após recomendação do MPF

Projeto prevê investimentos no valor de R$ 60 milhões na região atingida pelos impactos da Usina Hidrelétrica de Belo Monte

Foto borrada e escurecida de grupo de pessoas. Acima, na cor branca, o texto: Direitos sociais.


Arte: Comunicação/MPF

O processo seletivo de projetos do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX) passará por ajustes com o objetivo de aprimorar a observância aos princípios da publicidade, transparência, contraditório e ampla defesa. A medida atende recomendação do Ministério Público Federal (MPF), que propôs melhorias no edital publicado em 2024 destinado a escolher projetos sociais financiados com recursos vinculados ao interesse público.

A recomendação do MPF foi recebida pelo Comitê Gestor do PDRSX, que se comprometeu a adequar integralmente o edital às diretrizes propostas. As mudanças buscam fortalecer a lisura e a clareza do processo seletivo, sem prejuízo à continuidade das ações já em andamento.

Entre os ajustes previstos estão a divulgação da identificação e qualificação dos pareceristas técnicos e dos membros das comissões avaliadora e recursal; a publicação dos planos de trabalho das propostas habilitadas, com seus respectivos cronogramas físico-financeiros; e a reabertura do prazo para interposição de recursos na etapa de qualificação.

Também está prevista a suspensão da análise dos recursos da etapa de seleção até que seja concluído o novo trâmite da etapa de qualificação, conforme critérios que serão detalhados em novo cronograma a ser publicado. Na nota, o Comitê Gestor destacou compreender a importância das orientações do MPF para o aperfeiçoamento do processo. 

Recomendação – O MPF emitiu uma recomendação ao comitê gestor do Plano de Desenvolvimento Regional do Xingu (PDRSX) e à empresa Tractebel Engineering, entidade executora do plano, para corrigir falhas no processo seletivo de 2024. O MPF apontou violações aos princípios da publicidade, transparência, contraditório e ampla defesa.

Um inquérito civil sobre o tema foi aberto após a instituição ter recebido denúncias sobre irregularidades na condução do certame que prejudicavam a lisura do processo de seleção. 

O MPF destacou que os recursos do PDRSX, no valor inicial de R$ 500 milhões, são oriundos da empresa concessionária da usina hidrelétrica de Belo Monte, a Norte Energia, e possuem “inegável vinculação ao interesse público”. Por isso, mesmo envolvendo entidades privadas, o processo deve seguir princípios constitucionais, como publicidade e isonomia.

A recomendação cita a Constituição Federal e decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que reforçam princípios como contraditório e ampla defesa mesmo em processos nos quais não se aplica a Lei de Licitações e Contratos. O MPF alertou que a ausência de transparência pode resultar em ações judiciais que anulem todo o processo seletivo, causando prejuízos à sociedade, que aguarda investimentos de R$ 60 milhões.

Sobre as recomendações – Recomendação é um instrumento por meio do qual o Ministério Público expõe, em ato formal, razões fáticas e jurídicas sobre determinada questão, com o objetivo de persuadir o destinatário a praticar ou deixar de praticar condutas ou atos em benefício da melhoria dos serviços públicos e de relevância pública ou do respeito aos interesses, direitos e bens defendidos pela instituição.

Trata-se, portanto, de uma atuação voltada para prevenção de responsabilidades ou correção de condutas. Embora não possua caráter obrigatório, visa a solução do problema de forma extrajudicial. O não acatamento infundado de uma recomendação – ou a insuficiência dos fundamentos apresentados para não acatá-la total ou parcialmente – pode levar o Ministério Público a adotar medidas cabíveis, incluindo ações judiciais cíveis e penais contra os agentes públicos responsáveis.

Inquérito civil 1.23.003.000604/2024-5

Íntegra da recomendação

Íntegra da resposta do comitê gestor 

Ministério Público Federal no Pará
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Fonte MPF