Meio Ambiente
25 de Julho de 2025 às 11h10
Após recomendação do MPF, AGU propõe ao Conama cadastro nacional de escavadeiras para conter garimpo ilegal
Alinhada às medidas recomendadas pelo MPF, proposta visa aprimorar a fiscalização sobre o maquinário que alimenta a atividade criminosa
Foto ilustrativa: Vinícius Mendonça/Ibama, sob licença CC BY-SA 2.0
Após recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) uma proposta de resolução para criar um cadastro nacional de informações sobre o domínio e a posse de escavadeiras hidráulicas. A medida busca frear o avanço do garimpo ilegal, especialmente em terras indígenas.
Enviada em março ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), a recomendação do MPF apontou a necessidade da criação de um cadastro técnico federal que permita o registro, o controle e a fiscalização do comércio e uso do maquinário empregado em atividades de garimpo.
De acordo com o MPF, o cadastro permitiria a atuação dos órgãos ambientais sobre a logística que alimenta o garimpo ilegal, avaliando a quantidade e o porte dos equipamentos usados e apurando o potencial do dano a ser produzido, além da responsabilização dos envolvidos.
Proposta ao Conama – A proposta da AGU, formulada pela Procuradoria-Nacional de Defesa do Clima e do Meio Ambiente (Pronaclima) e enviada ao Conama em junho, visa reunir dados de todos os órgãos do Sistema Nacional de Informações sobre Meio Ambiente (Sinima).
O objetivo é fortalecer a cooperação entre os entes federativos na fiscalização, facilitando a identificação dos proprietários dos equipamentos, que frequentemente não são encontrados durante as operações ambientais.
Para entrar em vigor, a proposta da AGU precisa ser analisada pelas câmaras técnicas do Conama e, posteriormente, votada em plenário. O MPF segue acompanhando a tramitação da proposta, inclusive por meio do membro representante da instituição no conselho.
Mecanização do crime – Ambas as iniciativas, tanto do MPF quanto da AGU, partem do mesmo diagnóstico: a explosão do garimpo ilegal está diretamente ligada à intensificação do uso de maquinário pesado. Um levantamento da rede de pesquisa MapBiomas, citado na recomendação do MPF, aponta um aumento de 632% na área de garimpo na Amazônia entre 1985 e 2020, período que coincide com a mecanização da atividade.
A recomendação destaca que o garimpo deixou de ser um modelo artesanal para se tornar um “esquema de produção mecanizado, capitalizado e estratificado”, muitas vezes financiado por organizações criminosas. Atualmente, o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras registra apenas pessoas físicas e jurídicas, mas não os equipamentos, o que permite que as máquinas sejam facilmente desviadas para atividades ilegais sem um controle efetivo.
Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação
Atendimento à imprensa em dias úteis: prpa-ascom@mpf.mp.br
Atendimento à imprensa aos finais de semana e feriados WhatsApp (91) 98402-2708
Para envio de representações (denúncias) ao MPF, protocolo de documentos ou acesso a outros serviços aos cidadãos: www.mpf.mp.br/mpfservicos
Mais informações:
mpf.mp.br/pa
twitter.com/MPF_PA
instagram.com/mpf.pa
mpf.mp.br/pa/youtube
instagram.com/mpf_oficial
youtube.com/canalmpf
facebook.com/MPFederal
linkedin.com/company/mpf-oficial
Fonte MPF