Após ação do MPF, prefeitura de São Miguel do Guamá (PA) inaugura nova escola em comunidade quilombola — Procuradoria da República no Pará

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Comunidades Tradicionais

24 de Outubro de 2025 às 14h5

Após ação do MPF, prefeitura de São Miguel do Guamá (PA) inaugura nova escola em comunidade quilombola

Antes, estudantes eram mantidos na sala durante o recreio por medo de acidentes; construção de nova escola garante ambiente seguro

Um grupo de crianças uniformizadas de azul, com adultos ao redor, posa na frente de um prédio escolar novo, com faixas em azul e branco. No canto direito da fachada, há um escudo e a inscrição "EMEIF Quilombola Profª. Raimunda Lopes"


Fotos: município de São Miguel do Guamá

O município de São Miguel do Guamá (PA) inaugurou, este mês, uma nova escola para a Comunidade Quilombola Canta Galo. A construção da nova unidade de ensino, chamada Escola Professora Raimunda Lopes, ocorreu após o Ministério Público Federal (MPF) acionar a Justiça Federal devido aos graves riscos de segurança no antigo prédio escolar que atendia aos alunos da comunidade.

A ação civil pública foi ajuizada pelo MPF em dezembro de 2022, apontando que a antiga escola, São Miguel Arcanjo, apresentava sérias deficiências estruturais. O prédio, que atendia a turmas de educação infantil e fundamental, possuía um piso muito elevado sem guarda-corpo nas laterais e uma escada de acesso sem corrimão, expondo alunos e profissionais a um risco constante de quedas.

Visão aérea de uma escola nova, branca e azul, com pátio cercado, parque infantil, campo e um símbolo no chão em frente à entrada. A escola está cercada por vegetação densa.Segundo o MPF, a situação era tão grave que um acidente com um aluno já havia ocorrido e os professores, por precaução, mantinham as crianças dentro da sala de aula durante o recreio. O risco era agravado pela falta de serviço de ambulância para atendimentos de urgência na localidade. Antes de recorrer à Justiça, o MPF tentou solucionar o problema por meio de ofícios e uma recomendação formal, mas não obteve resposta da prefeitura.

Decisão da Justiça Federal – Em novembro de 2024, a Justiça Federal atendeu ao pedido do MPF e determinou que o município apresentasse, em 15 dias, um projeto para a instalação de corrimão e guarda-corpo e executasse a obra antes do início do ano letivo de 2025, sob pena de multa diária.

Em resposta, a prefeitura informou à Justiça que, em vez de reformar a antiga estrutura, optou por construir uma nova escola. Em 2 de outubro de 2025, a escola Raimunda Lopes foi inaugurada. Em manifestação no processo, o município argumentou que a nova unidade escolar cumpria integralmente os padrões de segurança e acessibilidade exigidos, resolvendo o problema que originou a ação.

Com a inauguração da nova escola, a Justiça Federal considerou que o objetivo principal do processo foi alcançado e, em sentença proferida este mês, declarou a extinção da ação.

Segundo o procurador da República Felipe de Moura Palha, que atuou no caso, a construção da nova unidade representa a efetivação de direitos básicos. “Um ambiente escolar seguro é parte inegociável do direito à educação. O MPF atuou para corrigir um risco grave e persistente e a inauguração da nova escola é o resultado concreto que esperávamos, garantindo dignidade e segurança para os estudantes quilombolas”, destacou.

 

Ação Civil Pública nº 1005544-34.2022.4.01.3906

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Fonte MPF