14/10/2025 – O Tribunal Superior do Trabalho (TST) e o Instituto Adimax firmaram, nesta terça-feira (14), um acordo de cooperação técnica que tem como foco principal a erradicação do trabalho infantil e o enfrentamento de outras formas de exploração que ferem a dignidade humana. O instituto Adimax atua na formação e no treinamento de cães-guia e cães de assistência para pessoas com deficiência visual, autismo e outras necessidades emocionais por meio de 11 programas sociais que beneficiam mais de 300 mil pessoas e 200 mil animais.
Construção de políticas públicas
Na assinatura do acordo, o presidente do TST, ministro Vieira de Mello Filho, destacou a importância da atuação integrada do Poder Judiciário com a sociedade civil na construção de políticas públicas de alcance social. “A Justiça não pode se limitar ao julgamento de processos. Ela precisa chegar à sociedade. Projetos como este representam sensibilidade, inclusão e cidadania”, afirmou.
Trabalho socialmente exemplar
O ministro Cláudio Brandão, idealizador da aproximação entre o TST e o instituto, disse que conheceu o trabalho da Adimax ao fazer pesquisas acadêmicas sobre inclusão e diversidade. Segundo ele, a instituição já entregou mais de 110 cães-guia, mas ainda há mais de mil pessoas na fila de espera.
Segundo o ministro, a parceria nasceu de uma campanha conjunta de combate ao trabalho infantil, desenvolvida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP) em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Instituto Adimax. A iniciativa foi rapidamente abraçada pelo TST e ganhou dimensão nacional.
O instituto
O diretor de Relações Institucionais e Governamentais do Grupo Adimax, Thiago Pereira, apresentou o histórico da Adimax, uma das principais indústrias brasileiras de alimentos para cães e gatos, com quase 3 mil colaboradores, sete fábricas em seis estados, dois centros de distribuição, transporte próprio e mais de 300 produtos em seu portfólio. O Instituto Adimax, braço social da empresa fundado em 2018, ocupa uma estrutura de 15 mil metros quadrados em Sorocaba (SP) e abriga o maior centro de treinamento de cães-guia da América Latina, com mais de 70 cães formados. Ele atua com foco em idosos em situação de vulnerabilidade, pessoas e animais com deficiência, crianças com autismo e pacientes hospitalizados, entre outros públicos.
“Trabalho infantil não dá jogo”
Thiago detalhou as ações da campanha nacional “Trabalho Infantil não dá jogo”, fruto da parceria com o TST, o TRT-15 e o MPT. O objetivo, segundo ele, é colocar o tema no centro das atenções e dar visibilidade ao problema, que continua preocupante no Brasil.
Entre as iniciativas da campanha estão ações de sensibilização durante jogos do Magnus Futsal (equipe patrocinada pela empresa), campanhas digitais e veiculação de mensagens em caminhões da frota, além da distribuição de materiais educativos e a inclusão de cláusulas contratuais sobre o tema na cadeia de fornecedores. “Queremos usar a força de nossas marcas e o alcance de nossos projetos esportivos e sociais para sensibilizar a sociedade. Essa causa é de todos nós”, afirmou.
Também participaram da cerimônia a presidente do TRT da 15ª Região, desembargadora Ana Paula Pellegrina Lockmann, e o procurador-geral do Trabalho, Gláucio Araújo de Oliveira.
Denuncie
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1,65 milhão de crianças e adolescentes entre cinco e 17 anos ainda estão em situação de trabalho infantil no país. O número representa um aumento de 2,1% em 2024 em relação aos dois anos anteriores.
Se você presenciar ou souber de casos de exploração do trabalho infantil, denuncie. O procedimento é simples, gratuito e pode ser feito de forma anônima pelos seguintes canais:
- Disque 100 – Canal Nacional de Denúncias, com atendimento 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana e feriados.
- Aplicativo Direitos Humanos Brasil – Disponível para Android e iOS – permite registrar denúncias com fotos, vídeos e localização.
- Portal MPT – www.mpt.mp.br
- Conselhos Tutelares e CREAS – Também recebem denúncias e encaminham os casos às autoridades competentes.
(Flávia Félix/JS//CF)
Fonte TST
