13/10/2025 – O Programa Nacional de Enfrentamento ao Trabalho Escravo e ao Tráfico de Pessoas e de Proteção ao Trabalho do Migrante realizou a primeira etapa do projeto de conscientização sobre o tema, em Tangará (RN), na sexta-feira (10). O programa tem o apoio do Tribunal Regional da 21ª Região (RN) e conta com a gestão das juízas Lygia Godoy Batista Cavalcanti e Aline Fabiana Campos Pereira.
O projeto de conscientização tem como tema “A educação é a arma mais poderosa a ser usada no combate ao trabalho escravo” e ocorre em escolas da rede Estadual, indicadas pela Secretaria de Educação.
Em Tangará, o evento ocorreu na Escola Estadual Prefeito João Ataíde de Melo e a programação contou com a palestra da juíza do Trabalho Lygia Godoy Cavalcanti e a distribuição de cartilhas explicativas sobre o trabalho escravo contemporâneo. As cartilhas ensinam como identificá-lo, quais são os canais de denúncia e informações sobre os direitos trabalhistas.
Na palestra, ela explicou o que é trabalho escravo, começando com a origem dos africanos trazidos à força para serem escravizados no Brasil até as formas de trabalho escravo contemporâneo, principalmente como ocorre o aliciamento de trabalhadores com falsas promessas de serviços melhores e bons salários.
A juíza Lygia Godoy disse também aos alunos como se dá, na prática, esse alinhamento para o trabalho escravo. “No caso, alguém que vai convidá-los ou alguém da sua comunidade. Pode acontecer amanhã com qualquer um de vocês a serem convidados para trabalhar em outros estados”.
A juíza afirmou, ainda, que isso ocorre não só com trabalhadores rurais, que já chegam devendo ao patrão e presos à situação de trabalho e condições de alimentação e higiene degradantes, mas também com meninas, que também são aliciadas para a prostituição com promessas de emprego.
A diretora da escola Jaira Bernadina Freitas ressaltou a importância do evento, não só para conscientizar os alunos, mas porque “os alunos podem ser multiplicadores. Eles podem levar essas informações para família, vizinhos e amigos”.
Houve, ainda, a apresentação do grupo Teatro de Bonecos Caixa Mágica, que encenou uma peça que retratou, com uma linguagem simples e humorada, a realidade do trabalho escravo.
O município de Tangará foi escolhido pelo Programa para iniciar o projeto porque é um ponto de passagem dos trabalhadores aliciados nos diversos municípios do estado para exploração do trabalho em estados distantes.
A próxima etapa do projeto será na cidade de Grossos na sexta-feira (17).
Fonte: TRT da 21ª Região
Fonte CSTJ