Projeto de inclusão laboral de colaboradores com deficiência no TRT-13 faz apresentação e entrega final de produtos

22/11/2024 – Em 2023, o TRT-13 deu início a uma parceria inovadora para promover a inclusão de servidores, servidoras e aprendizes com deficiência no Tribunal, executada por uma equipe formada por professores e pesquisadores do Laboratório de Tecnologia Assistiva e Terapia Ocupacional (LabTATO) da UFPE, do Núcleo de Gestão em Design/Laboratório de Design e Usabilidade (NGD/LDU) da UFSC, da UDESC e da UFRJ, e coordenada pela professora Ana Karina Pessoa Cabral (UFPE) e pelo professor Eugenio Merino (UFSC).

Na última quinta-feira (21), no auditório do Tribunal Pleno, o projeto “Inclusão de Pessoas com Deficiência no TRT-13” promoveu uma apresentação e entrega final dos produtos desenvolvidos ao longo dessa parceria, divididos em três ações: 1) Desenvolvimento de soluções para casos específicos identificados no mapeamento inicial; 2) Elaboração de um Guia de orientação para gestão da inclusão no TRT-13 e 3) Implantação do Núcleo de Inclusão de Pessoas com Deficiência do TRT-13. “Vocês podem observar que o Projeto não focou só em produtos, mas também no processo de inclusão de uma forma mais ampla e organizacional”, frisou a professora Ana Karina.

Na abertura do evento, o juiz auxiliar da presidência, Lindinaldo Marinho, salientou o compromisso da gestão do TRT-13 com a inclusão e agradeceu à equipe e gestores pelo trabalho executado. “Em nome do Tribunal, gostaria de agradecer essa parceria estabelecida com o Tribunal, e agradecer, também, aos gestores das nossas unidades administrativas e judiciárias, tanto aqueles que participaram ativamente por estarem com colaboradores PcDs, como também aqueles que se esforçaram para que esse projeto fosse levado a efeito”, afirmou.  

O Projeto iniciou em setembro de 2023 com um mapeamento e diagnóstico das capacidades funcionais e laborais dos servidores, servidoras e jovens aprendizes, bem como das barreiras e inadequações existentes em seus ambientes e postos de trabalho. O levantamento, feito no segundo semestre de 2023, registrou 41 pessoas com deficiência no TRT-13 e trouxe, também, recomendações ergonômicas e de tecnologias assistivas.

Em julho deste ano, iniciou-se a fase de implementação de ações para melhorias nos ambientes, processos e postos de trabalho. Nessa fase, os servidores Stenio Alencar e Luís Eduardo Sá receberam tecnologias assistivas, que irão ajudá-los no desempenho  laboral, favorecendo a qualidade de vida. Já o servidor José Rodrigues teve o projeto do seu posto de trabalho home office individualizado para ficar ergonomicamente adequado e, além dele, diversos servidores e aprendizes tiveram seus postos de trabalho ajustados com orientações ergonômicas.

Acolhimento

O evento contou com depoimentos emocionantes de aprendizes e servidores do Tribunal beneficiados pelo Projeto e que foram unânimes ao destacar o quanto essas ações, além de incluir, acolhem.

Robson Silva, aprendiz do Tribunal, agradeceu o acolhimento recebido e parabenizou a iniciativa do TRT-13 em colocar em prática ações que tornaram a instituição mais inclusiva. “Eu, como cego, estou me sentindo totalmente incluído: desde a entrada do Tribunal ao acesso a qualquer setor, e isso é sinônimo de verdadeira inclusão. O Tribunal é sinônimo de acessibilidade! Que outras instituições públicas tenham essa iniciativa do TRT como modelo para adotar e tornar o mundo um lugar melhor e menos desigual”, frisou Robson.

O chefe do setor de contratos do TRT-13, Stenio Alencar, também fez questão de parabenizar o projeto e as ações desenvolvidas no Tribunal. “Eu gostaria de agradecer especialmente à gestão: ao Dr. Thiago, à Simone, ao Dr. Lindinaldo, que tiveram a iniciativa de trazer esse projeto para o TRT-13. Para nós, que somos pessoas com deficiência, esse projeto tem sido muito importante e traz uma sensação muito grande de acolhimento mesmo, como o Robson mencionou. O diferencial que o TRT-13 oferece no que diz respeito ao atendimento e o olhar especial para conosco tornam essa instituição um exemplo de órgão público”, compartilhou.

Para Josivânia Santos, jovem aprendiz com baixa visão, o TRT-13 vai muito além do discurso ao promover ações que incluem e geram o sentimento de pertencimento. “Foi muito bom perceber o quanto a gestão do Tribunal, realmente, é o que ela fala. Quando eu cheguei e vi as faixas nas escadas, o piso tátil, eu me senti verdadeiramente acolhida por entender que eu posso subir e descer as escadas sem problema, eu consigo me locomover. Espero que outras instituições, empresas, estabelecimentos, venham a aderir a essa iniciativa, trazendo a diversidade e a inclusão”, enfatizou.

Jornada da Inclusão

Na sexta-feira (22), aconteceu a Jornada da Inclusão, um workshop voltado para profissionais da Coordenadoria de Saúde (CSaúde), Secretaria de Gestão de Pessoas e Pagamento de Pessoal (Segepe), Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação (Setic) e Coordenadoria de Arquitetura, Engenharia, Manutenção, Conservação e Limpeza (Caema) do TRT-13.

“Trata-se de uma oficina para apresentação e implementação de processos, procedimentos e ferramentas para inclusão de colaboradores com deficiência no TRT-13, desde a admissão, colocação no posto de trabalho e acompanhamento, com os setores diretamente envolvidos nesses processos”, explicou a professora Ana Karina.

Além disso, a equipe também fez visitas aos postos de trabalho, incluindo home office, de servidores atendidos pelo projeto para monitoramento e entrega de tecnologias assistivas.

Guia da Inclusão

Foi elaborado um Guia, dedicado à memória do servidor Weberte Silveira, que contém orientações para a continuidade do processo de inclusão no TRT-13, por meio da implementação e atuação da REDE DE INCLUSÃO no órgão, que será responsável por gerir o processo de inclusão de colaboradores com deficiência, acompanhar ações e monitorar os resultados, de forma contínua e permanente na instituição.

O Guia reúne informações essenciais sobre caracterização das deficiências, com detalhamento das diferentes condições e necessidades, além de abordar temas como o capacitismo e suas implicações sociais. Ele também oferece orientações práticas sobre acessibilidade em diferentes contextos e apresenta Tecnologias Assistivas que promovem autonomia e inclusão para pessoas com deficiência (intelectual, física, auditiva, TEA e visual).

“A ideia é que o Guia possa servir para todos que atuam no TRT-13, trazendo o detalhamento com relação a cada tipo de deficiência e como eu me comporto nas interações físicas, digitais e atitudinais.  A gente acredita que esse Guia tem um potencial gigante para auxiliar nessa informação que é o que muitas vezes deixa a gente recuado, sem saber como interagir. Por isso, o guia foi pensado numa linguagem simples, universal, onde todos possam compreender o que está sendo dito ali”, destacou a professora da UDESC, Giselle Merino.

A Rede de Inclusão de Pessoas com Deficiência do TRT-13 é um conjunto de pessoas de uma ou mais áreas em prol de um objetivo comum, a Inclusão. A configuração da rede é dinâmica e sua composição se dá conforme o momento da Jornada da Inclusão (preparar, acolher, integrar e acompanhar).

Já a Jornada foi pensada com o objetivo de trazer bem-estar e fluidez ao processo de inclusão e estrutura a partir das pesquisas de campo, por meio de uma abordagem de Design Centrado no Ser Humano, onde todos os envolvidos fizeram parte do processo alinhados à Lei Brasileira de Inclusão.

A Jornada está dividida em quatro momentos: Momento Preparar, Momento Acolher, Momento Integrar e Momento Acompanhar.

Consulte o Guia de Inclusão desenvolvido pelo projeto.

Tecnologias assistivas serão aplicadas em projeto que integra o SisAssistiva, do MCTI

As tecnologias utilizadas e desenvolvidas para esse projeto farão parte das ações que se iniciaram neste ano junto ao Sistema Nacional de Laboratórios de Tecnologia Assistiva (SisAssistiva), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). “O foco do SisAssistiva é o desenvolvimento de tecnologias assistivas que é, justamente, o que nós iniciamos aqui no Tribunal no ano passado. O que desenvolvemos aqui, tanto na parte de avaliação quanto na parte de desenvolvimento de soluções para inclusão laboral e vida diária, poderá ser aplicado dentro desse sistema, do SisAssistiva, para outras Pessoas com Deficiência e para outras instituições”, comentou a professora Ana Karina Cabral.

O SisAssistiva é uma das principais entregas do MCTI ao Plano Novo Viver sem Limite, do Governo Federal. O sistema de laboratórios permitirá o compartilhamento de informações, metodologias e estratégias que guiarão o desenvolvimento e a implementação de iniciativas assistivas. O objetivo é garantir que os projetos de CT&I contribuam para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência e ampliem suas oportunidades de participação plena na sociedade.

Os projetos que fazem parte do SisAssistiva foram aprovados e contratados pela Chamada FINEP SisAssistiva 2022 e apresentados no Seminário Marco Zero SisAssistiva, em Brasília, em julho de 2024.

Fonte: TRT da 13ª Região