Mulheres ocupam mais de 42% dos cargos de liderança no TST

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8/3/2025 – Liderar e gerir pessoas. Dois talentos que implicam competência, planejamento e empatia. Cada vez mais, mulheres têm ocupado espaços de liderança nos diversos segmentos da sociedade. No Tribunal Superior do Trabalho (TST) e no Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), mais de 42% dos cargos de direção ou chefia são ocupados por mulheres. 

Elas se dividem entre os desafios e as cobranças das vidas profissional, pessoal e familiar, muitas com dupla ou tripla jornada de demandas, mas sempre empenhadas em entregar o melhor que se esforçam para ser.

No Dia Internacional da Mulher, comemorado neste sábado (8), vamos conhecer um pouco da trajetória de duas dessas lideranças.

Conquista

Andréa Carla Martins está no TST há 17 anos e iniciou sua trajetória como a única mulher a trabalhar como copeira. Hoje, lidera uma equipe de 78 pessoas, entre copeiras, garçons, nutricionistas e almoxarifes, além dos chefes de cozinha e ajudantes de cozinha. 

Os desafios da vida de Andréa começaram quando ela decidiu deixar Campina Grande (PB) e vir sozinha para Brasília. Aos 33 anos de idade, veio trabalhar no TST. Como fruto do seu trabalho, conquistou independência financeira, casa e carro próprios, e a filha, hoje com 24 anos, já está encaminhada.

Mais do que conquistar bens materiais, a vitória se materializa em outros sentimentos. “Tenho muito orgulho pela confiança que depositam no meu trabalho. Hoje tenho paz e pude voltar a sorrir. Isso é parte da oportunidade que o Tribunal vem me proporcionando e que fortalece a mulher em que eu me transformei”, resume.

Busca do equilíbrio

Janice Bortolassi (segunda de pé à esquerda) e equipe 

Janice Bortolassi entrou no TST em 2007 como assistente no gabinete do ministro Caputo Bastos e, 17 anos depois, é chefe de gabinete e coordena toda a equipe que trabalha com o ministro. “Temos várias metas, prazos e demandas a cumprir, e tento conciliar tudo o que precisamos entregar com a satisfação e a saúde mental da minha equipe”, afirma. “Tento buscar o equilíbrio para não adoecer as pessoas”.

Outro desafio é conseguir equilibrar as demandas e as responsabilidades das vidas profissional, pessoal e familiar como mãe de Alice, de 11 anos, e Benício, de quatro. “Sempre tento levar a vida com muita disciplina, mas, na verdade, não dou conta de tudo. O que faço é ir buscando o equilíbrio”. 

Em 2022, o ministro Caputo Bastos tomou posse como corregedor-geral da Justiça do Trabalho. Como ele precisava de apoio nas várias viagens para realizar as correições nos Tribunais Regionais do Trabalho, convidou Janice para compor a equipe. Na época, o pequeno Benício tinha apenas dois anos, e aceitar o convite era uma oportunidade única para ela. Foram 14 viagens em oito meses. “Hoje, olho para trás e sei que, sem minha rede de apoio, jamais conseguiria ter ido. Mas não ir me deixaria muito frustrada”, relembra. “Sair para trabalhar é um momento de realização pessoal para mim. Meus filhos veem a minha felicidade”.

Dia das Mulheres

A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece o dia 8 de março como Dia Internacional da Mulher desde 1975, mas a data rememora uma longa trajetória de luta de mais de 100 anos. 

A ideia foi proposta em 1910 durante a Segunda Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague, na Dinamarca. A iniciativa, proposta pela revolucionária alemã Clara Zetkin, era a instituição de um dia dedicado à luta pelos direitos das mulheres, que tinham o voto feminino como uma de suas pautas centrais.

A partir de então, a data passou a ser celebrada anualmente, porém em diferentes dias do mês de março. A escolha do dia 8 de março ocorreu já em 1917, quando operárias russas foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho e de vida. Um dos episódios mais marcantes foi a greve das tecelãs de São Petersburgo, que culminou em uma manifestação histórica que deu início à Revolução Russa.

(Andrea Magalhães/JS/CF)
 

Fonte TST