Exposição “Rostos da Escravidão Contemporânea” denuncia exploração no mundo do trabalho

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Com 14 imagens do fotógrafo documentarista João Roberto Ripper, a mostra retrata o cotidiano de pessoas submetidas a condições degradantes de trabalho no Brasil.
 

Da esquerda para a direita:  juiz Jedson Marcos dos Santos Miranda e juíza Germana de Morelo, ambos gestores do PTS; desembargadora Daniele Corrêa Santa Catarina, gestora do PETE; e juiz auxiliar da Presidência, Fábio Eduardo Bonisson Paixão.

Da esquerda para a direita: juiz Jedson Marcos dos Santos Miranda e juíza Germana de Morelo, ambos gestores do PTS; desembargadora Daniele Corrêa Santa Catarina, gestora do PETE; e juiz auxiliar da Presidência, Fábio Eduardo Bonisson Paixão.

30/6/2025 – O Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região inaugurou, na última sexta-feira (27/6), a exposição fotográfica Rostos da Escravidão Contemporânea. Com 14 imagens do fotógrafo documentarista João Roberto Ripper, a mostra retrata o cotidiano de pessoas submetidas a condições degradantes de trabalho no Brasil.

A iniciativa é promovida pelo TRT-17 em parceria com o Programa Trabalho Seguro (PTS) e o Programa de Enfrentamento ao Trabalho Escravo (PETE) e busca sensibilizar o público para uma realidade que, embora muitas vezes invisibilizada, ainda persiste no país.

Reflexão e compromisso com o trabalho digno  

Na abertura do evento a gestora regional do Programa Trabalho Seguro, juíza Germana de Morelo, destacou que a iniciativa foi pensada inicialmente pelo PTS, mas foi desenvolvida por múltiplas mãos. Ela reforçou o papel institucional do TRT-17 na viabilização do projeto e agradeceu a presidente do Tribunal, desembargadora Alzenir Bollesi de Plá Loeffler, pelo apoio sensível ao Programa Trabalho Seguro. A magistrada estendeu os agradecimentos aos setores que colaboraram, destacando a Coordenadoria de Comunicação Social e a Seção de Projetos Técnicos.

O enfrentamento ao trabalho escravo é parte essencial da promoção de ambientes laborais seguros e humanos, afirmou Germana. “Não podemos falar em trabalho seguro se ainda convivemos com a escravidão.”

Durante sua fala, a juíza trouxe um caso recente para ilustrar a gravidade da situação: entre os dias 8 e 18 de junho, cinquenta e sete trabalhadores foram resgatados de fazendas no interior da Bahia, em condições análogas à escravidão. Os relatos impressionam: água armazenada em galões de produtos químicos, ausência de calçados e equipamentos de proteção, redes improvisadas sobre sacos de sisal, restos de espuma ou papelão como colchões, e alimentação precária armazenada no chão. Um dos trabalhadores havia perdido dois dedos durante o corte de sisal. Os banhos eram tomados em canos improvisados, e o mato  utilizado como banheiro.

“Destaco esse caso por ser recente, mas essa não é uma realidade isolada”, afirmou a magistrada. “No Espírito Santo, também tivemos, no ano passado, trabalhadores resgatados em condições semelhantes.”

Para ela, enfrentar esse cenário exige sensibilidade, articulação institucional e ações concretas de prevenção, conscientização e responsabilização.

Realidade que exige atuação firme

A desembargadora Daniele Corrêa Santa Catarina, gestora regional do Programa de Enfrentamento ao Trabalho Escravo (PETE) no TRT-17, reforçou o papel da exposição como ferramenta de mobilização, denúncia e memória institucional. Com base em sua atuação anterior no Ministério Público do Trabalho, relembrou fiscalizações em que se deparou com violações extremas de direitos humanos, como o caso de um trabalhador que teria sido assassinado, esquartejado e enterrado por um fazendeiro investigado por manter pessoas em condições análogas à escravidão.

“O dono da fazenda apontou o dedo para agentes armados da Polícia Federal, com arrogância: ‘aqui quem manda sou eu’. Se ele age assim com autoridades, imaginem como trata os trabalhadores”, relatou. Para a magistrada, a fala expressa o retrato de uma estrutura ainda presente em muitos espaços de exploração.

Daniele defendeu que é preciso reconhecer a persistência da escravidão contemporânea e atuar para que a abolição deixe de ser apenas formal. “Essa exposição reflete essa realidade e nos desafia a pensar no que cada um pode fazer para transformá-la”, afirmou, chamando atenção para a responsabilidade institucional e social de enfrentar o problema em todas as suas dimensões.

Rostos que revelam desigualdades históricas

A juíza do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), Maíza Silva Santos, conectou o tema da exposição à sua própria trajetória. Mulher parda e oriunda de uma comunidade periférica, a magistrada relembrou a origem humilde de sua família e o legado de seus ancestrais escravizados.

“Me sinto honrada em participar deste encontro no TRT-17, que coloca no centro do debate a luta contra o trabalho análogo à escravidão no Brasil. […] O triste é ver que essa realidade existe até os dias de hoje, por isso, a urgência em denunciarmos e conscientizar a todos”, afirmou.

Visitação aberta e itinerância

A mostra permanece em exibição no foyer do auditório do TRT-17 durante os meses de julho e agosto. A partir de setembro, será disponibilizada para itinerância em outras instituições interessadas.

Para solicitar a exposição, entre em contato com a Seção de Gestão de Memória pelo e-mail: segem@trt17.jus.br.

 

Fonte: TRT da 17ª Região
 

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Fonte CSTJ