Estudantes de Direito realizam sustentação oral no TST em atividade formativa

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26/8/2025 – O Tribunal Superior do Trabalho (TST) abriu as portas de sua Sala de Sessões, nesta terça-feira (26), para estudantes e professores de Direito que participaram da VIII Jornada de Sustentação Oral do TST-UDF. O evento proporcionou uma vivência prática de julgamento a partir da simulação de sustentações orais em um caso inspirado na realidade trabalhista. 

A iniciativa, organizada em parceria com o programa de Mestrado em Direito das Relações Sociais e Trabalhistas do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), contou também com a participação de alunos e alunas do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê) e da Universidade Positivo (PR).

Encontro entre teoria e prática

Na abertura, o presidente do TST, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, destacou que a iniciativa concilia conhecimento técnico e experiência prática na formação jurídica. “Não há prática sem teoria. A bagagem acadêmica se transforma em prática na atuação diferenciada, e momentos como este permitem aos estudantes trazer o brilho de todo o conteúdo da sua trajetória acadêmica para a vida profissional”, afirmou.

O vice-presidente do TST, ministro Mauricio Godinho Delgado, ressaltou a vocação social da Justiça do Trabalho e a relevância da aproximação com a juventude acadêmica. “Este Tribunal é, acima de tudo, o Tribunal da Justiça Social. Integrar-se à sociedade e abrir espaço para os estudantes é reafirmar nosso compromisso democrático e solidário”, afirmou. Ele também prestou homenagem ao estudante Alexandre Gomes da Rocha, da Universidade Positivo, que participou de edições anteriores da Jornada e faleceu recentemente.

Já a ministra Kátia Magalhães Arruda, diretora da Enamat, lembrou que a experiência, para muitos, representava a primeira sustentação oral de suas vidas. “Que esse dia fique na memória como um marco de aprendizado e inspiração para todos vocês”, declarou.

O ministro José Roberto Pimenta reforçou que a advocacia é essencial à boa atuação da Justiça. “Esse evento mostra como é possível combinar teoria e prática para a formação de profissionais preparados para o exercício dessa função nobre”, afirmou.

Expectativas e aprendizados

Se para os ministros o evento reafirma o papel do Tribunal como espaço de formação e cidadania, para os estudantes a experiência foi descrita como um momento de nervosismo, aprendizado e, sobretudo, orgulho. Cada um dos seis jovens selecionados por suas instituições teve 10 minutos para fazer a sustentação oral.

Para Lucas Augusto, da Unipê, o treinamento foi intenso e motivador. “A gente veio muito preparado. Vamos discorrer sobre um processo sobre a tragédia de Brumadinho, e o tema central são os danos morais e existenciais diretos. Queremos dar o nosso melhor.” Ele conquistou a medalha de bronze da competição.

Do mesmo modo, Samira Rocha (foto), aluna do sexto semestre da UDF, valorizou o apoio recebido durante o percurso. “Nós nos preparamos bastante, de forma presencial e remota. Essa experiência nos dá segurança e nos conecta com a prática da advocacia, mesmo para quem vai seguir em outras áreas do Direito.” Samira foi a vencedora do evento e levou a medalha de ouro.

Grace Kelly Barros, também da UDF, lembrou o longo processo de ensaios e preparação. “Desde o processo seletivo, tivemos apoio constante da coordenação. Aprendemos não só o conteúdo, mas também a lidar com a respiração, as pausas, o nervosismo. É muito diferente da sala de aula. É colocar todo o conhecimento em prática”, avaliou.

Já para Amon Esdras, da Universidade Positivo, o evento significou estar mais perto do caminho que deseja trilhar. “Faço estágio em um escritório de advocacia trabalhista e espero, um dia, voltar aqui como advogado. Estar diante dos ministros que estudamos nas obras e decisões é um grande privilégio”.

Roberta Francinehey, aluna do décimo semestre da Universidade Positivo, também se destacou na competição. “É um momento que traz extremo nervosismo, mas também a oportunidade muito grande de estar no órgão cúpula da Justiça do Trabalho.” Ela conquistou a medalha de prata.

A visão da academia

O reitor da UDF, professor André Leão, destacou o impacto da iniciativa. “É uma vivência única, um diferencial muito grande. Os estudantes ganham visibilidade, têm oportunidade de conhecer os ministros, de trocar experiências com colegas de outras instituições. É uma experiência que normalmente a graduação não proporciona e que marca profundamente a formação profissional”, concluiu.

(Silvia Mendonça/CF)
 

Fonte TST