O evento foi Letramento em Diversidade – (Re)pensando o Direito do Trabalho a partir dos grupos minorizados.
Evento no auditório do TRT-17ª Região (ES) com plateia, mesa de autoridades e apresentação da exposição fotográfica “Rostos da Escravidão Contemporânea”.
30/6/2025 – Uma tarde para ouvir, refletir e agir. Assim foi o evento Letramento em Diversidade – (Re)pensando o Direito do Trabalho a partir dos grupos minorizados, realizado na última sexta-feira (27/6), no auditório do Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região.
Com apresentação artística da UMEF Pedro Herkenhoff, painéis temáticos e falas potentes, o encontro reuniu representantes do sistema de justiça, especialistas e estudantes em torno de debates sobre inclusão, equidade e enfrentamento às desigualdades no mundo do trabalho. A iniciativa reforçou o compromisso institucional com a construção de ambientes laborais mais justos, acessíveis e diversos.
O evento foi promovido pela Escola Judicial do TRT da 17ª Região (Ejud-17), em parceria com a Associação Espírito-Santense da Advocacia Trabalhista (AESAT), a Comissão de Direito do Trabalho da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Espírito Santo (OAB/ES), a Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Servidores da Seção Judiciária do Espírito Santo (EFA-SJES), a Escola da Magistratura do Estado do Espírito Santo (EMES) e a Escola Judiciária Eleitoral do Espírito Santo.
Justiça que acolhe e transforma
Na abertura do evento, a diretora da Ejud-17, desembargadora Ana Paula Tauceda Branco, destacou que o encontro integra uma pauta maior, voltada à cidadania plena, e defendeu o papel da Justiça como promotora de esperança e vida digna.
“O evento de hoje está extremamente ligado à pauta da cidadania plena. Precisamos tomar consciência de que todas e todos nós — inclusive os jovens — estamos à beira das franjas do nosso corpo social. Temos o dever de trazer esperança e garantir o direito de viver com dignidade. A preservação da vida digna é o maior de todos os compromissos. Contem com a Ejud-17 para iniciativas que geram vida e vida em abundância”, afirmou a magistrada.
Confira o álbum de fotos do evento.
Representatividade e compromisso com a equidade
O primeiro painel teve como tema Diversidade e Inclusão no Mercado de Trabalho e contou com a participação do senador Fabiano Contarato e da historiadora e jurista Clarisse Mack e foi mediado pelo coordenador do Subcomitê Gestor Regional do Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade (SUBCOPERG), juiz Fábio Eduardo Bonisson Paixão.
Em sua fala, Contarato relatou sua vivência como homem gay, pai e parlamentar comprometido com a defesa dos direitos humanos.
“Falar que todos são iguais perante a lei ainda está longe de ser realidade. A mulher negra, a pessoa trans, a travesti… todas enfrentam sobreposições de violências que precisam ser enfrentadas com políticas públicas, coragem institucional e empatia”, defendeu o senador.
A jurista e historiadora Clarisse Mack expressou satisfação por participar do evento promovido pelo TRT-17, destacando o papel da Justiça do Trabalho na promoção da equidade e da inclusão. Ela lembrou que o Judiciário trabalhista tem avançado em marcos institucionais importantes, como o Protocolo Antidiscriminatório, que orienta práticas mais respeitosas e igualitárias.
“Foi uma honra contribuir com o debate sobre trabalho decente para travestis e pessoas trans. Esse é um tema que precisa estar no centro das discussões sobre dignidade no mundo do trabalho”, afirmou.
Para Clarisse, o encontro foi uma oportunidade valiosa de diálogo. “Participar de um espaço tão qualificado, ao lado do senador Fabiano Contarato e de tantas outras pessoas comprometidas com os direitos humanos, foi uma experiência única. Seguimos na luta por respeito, visibilidade e acesso real à cidadania.”
Proteção à infância: um compromisso inadiável
O segundo painel abordou a Proteção ao Trabalho Digno no Aspecto do Combate ao Trabalho Infantil, com participação do advogado João Francisco Coelho e do servidor do TJCE, Felipe Caetano. O painel foi mediado pela gestora regional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem, juíza Denise Marsico do Couto.
João Francisco trouxe reflexões sobre o trabalho infantil contemporâneo e artístico, apontando que o combate à exploração de crianças e adolescentes é condição essencial para qualquer avanço civilizatório.
Pela segunda vez no Regional capixaba, Felipe Caetano destacou a importância da promoção do trabalho decente na perspectiva da infância e da adolescência — pauta que, segundo ele, é urgente e essencial.
“Vim para falar sobre uma temática que é muito cara para mim: a promoção do trabalho decente na perspectiva da infância e da adolescência”, afirmou.
Ele abordou, entre outros temas, o trabalho infantil na contemporaneidade, incluindo o trabalho artístico de crianças e adolescentes. “Não há como pensar um mundo com justiça social, um mundo com decência no trabalho, enquanto crianças e adolescentes ainda permanecem em situação de exploração e violação de seus direitos”, completou.
Arte como instrumento de transformação
O evento também contou com uma apresentação teatral da Escola UMEF Pedro Herkenhoff, de Cobilândia – Vila Velha, que ficou em 3º lugar no programa Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC) de 2024. A performance emocionou o público ao retratar a importância da empatia, do respeito às diferenças e do combate a preconceitos no ambiente escolar e profissional.
Fonte: TRT da 17ª Região
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Fonte CSTJ
