Evento no Rio de Janeiro marca celebração do MPF pelo Dia das Mulheres
Iniciativa de três comissões do MPF no RJ e ES tem público elevado
K K Verdade, Tatiane Pereira e, ao microfone, Vilma Piedade – Foto: Comunicação/MPF
O Ministério Público Federal (MPF) promoveu, nessa quinta-feira (16) o evento Mulheres Por Mulheres: a Trajetória de Mulheres que Lutam Juntas, em celebração ao Dia Internacional da Mulher (8/3), no auditório da Procuradoria Regional da República da 2ª Região (PRR2). A organização partiu das comissões pela equidade de raça e gênero do MPF/RJ, MPF na 2ª Região (RJ/ES) e MPF/ES. A mesa contou com a participação da escritora Vilma Piedade, autora do livro-conceito Dororidade, a empreendedora K.K. Verdade, diretora executiva do fundo ELAS+ Doar para Transformar, e a socióloga Edmeire Exaltação, coordenadora-geral da ONG Coisa de Mulher/Casa das Pretas. O público chegou a cerca de 50 participantes no auditório e mais de 50 em tempo real, via YouTube.
Na abertura, as procuradoras Marcia Morgado (PRR2) e Aline Caixeta (PRRJ) e o procurador Stanley Valeriano (PRRJ), integrantes das comissões das duas unidades, destacaram a inserção do evento no ciclo nacional de palestras do MPF “Ela por elas”, em tributo à subprocuradora-geral Ela Wiecko, pioneira em comissão de raça e gênero no MPF. Destacaram buscar minimizar a disparidade de gênero no MPF, inclusive via levantamentos feitos pelas comissões. “Sem nos conhecermos, como vamos traçar metas e propostas para poder ter mais equidade institucional?”, disse Marcia Morgado.
Em mesa mediada por Tatiane Pereira (PRRJ), analista que integra a comissão da PRRJ, a escritora Vilma Piedade distinguiu desde logo os termos “sororidade” (irmandade feminina) e “dororidade” (irmandade fruto da vivência da dor, em especial a causada por violência, misoginia e racismo), que penitencia sobretudo mulheres pretas. Ela explicou como o processo de letramento racial é essencial à caminhada de uma pessoa racializada. Afinal, a sociedade brasileira se fundou na escravização de povos africanos e no processo institucional de embranquecimento da população, dentro do chamado “darwinismo social”: “Queremos homens aliados na luta contra o machismo e brancos aliados na luta antirracista”, destacou Vilma.
Em seguida, K. K. Verdade abordou a ELAS+ Fundo de Investimento Social, que busca promover e fortalecer o protagonismo das mulheres com captação de recursos para iniciativas delas. O fundo lança editais e seleciona projetos que fortaleçam mulheres e que, de preferência, sejam liderados por mulheres. “Não há avanço de direitos humanos e de direitos coletivos sem uma força coletiva que motive este avanço”, avaliou K. K.
Após a sessão de perguntas do público e respostas, Edimeire Exaltação apresentou a ONG Coisa de Mulher/Casa das Pretas, que acolhe e apoia grupos de mulheres pretas. Na ONG, há oficinas, capacitações, exposições, intercâmbio acadêmico de ativismo afrodiaspórico e atividades de empoderamento de mulheres pretas. “Mulheres negras sempre tiveram papel fundamental nessa resistência e nessa luta. O racismo não é uma luta dos negros, é uma luta da sociedade”, disse ela.
No bloco final, foi exibido um vídeo TEDx da historiadora e empreendedora Jaciana Melquiades, convidada que não pôde comparecer. Ela tem a Era uma Vez o mundo, fabricante de bonecas pretas, e que faz atividades educativas afrorreferenciadas (pela representatividade da população negra).
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Fonte MPF